3 Jul, 2018

José de Mello Saúde atribui Bolsas de Doutoramento em Medicina e em Enfermagem no valor de mais de 100 mil euros

A José de Mello Saúde atribui, pelo quarto ano consecutivo, cinco Bolsas de Doutoramento em Medicina, no valor de 100 mil euros, um investimento em formação médica que este ano se estende à Enfermagem, com a atribuição de mais três bolsas nesta área, no valor de 15 mil euros.

A entrega das Bolsas tem lugar hoje às 11 da manhã no Centro Cultural de Belém numa cerimónia presidida pelo Comissário Europeu da Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas.

Criadas em 2014, foram atribuídas até à data 23 bolsas de doutoramento, no valor global de 415 mil euros, o que representa uma aposta da José de Mello Saúde no progresso da Medicina e da Ciência no país, apoiando a investigação que se coloca ao serviço do doente.

Para Salvador de Mello, Presidente do Conselho de Administração da José de Mello Saúde, “o investimento no ensino e formação, na investigação clínica e na cooperação com as instituições universitárias devem ser prioridades estratégicas para o desenvolvimento da atividade de prestação de cuidados de saúde.” Explicando que “É vontade da José de Mello Saúde contribuir para a valorização e para a excelência dos seus profissionais, que são o seu principal ativo, incentivando à melhoria das suas áreas de conhecimento.”

“Queremos continuar a apostar numa investigação clínica que está ao serviço dos cuidados de saúde que prestamos nas nossas unidades, quer na rede CUF, quer nos hospitais que gerimos em parceria público-privadas, como Braga e Vila Franca de Xira, e que traga inovação e avanços no tratamento dos doentes”, acrescenta Salvador de Mello.

 

Oncologia e Oftalmologia entre os projetos vencedores

 

Avaliadas por um júri independente presidido por António Rendas, professor catedrático de Medicina, investigador e reitor cessante da Universidade NOVA de Lisboa, as Bolsas de Doutoramento em Medicina da José de Mello Saúde (JMS) em 2018 são atribuídas a projetos de diferentes áreas de especialização.

Na área de oncologia, nomeadamente na área do cancro da nasofaringe, é atribuída uma bolsa a Diogo Alpuim Costa, médico oncologista do Instituto CUF de Oncologia, que exerce atividade nos Hospitais CUF Descobertas e CUF Cascais pelo estudo “Utilidade clínica da quantificação do ADN e da expressão do ARN mensageiro da proteína oncogénica BARF-1 do vírus de Epstein-Barr, como factores preditivos de resposta e de monitorização à terapêutica do carcinoma indiferenciado da nasofaringe – Estudo VEBiNASO”.

O principal agente implicado no aparecimento do cancro indiferenciado da nasofaringe é o vírus Epstein-Barr, um vírus que se encontra presente em mais de 90% da população mundial, e que em Portugal tem também grande incidência. Os mecanismos explicativos desta associação e o porquê de só uma minoria dos doentes desenvolver este tipo de cancro, ainda não estão totalmente esclarecidos. O estudo, agora distinguido com a Bolsa de Doutoramento da JMS, irá avaliar a resposta ao tratamento com base na quantificação do ADN deste vírus e do ARN mensageiro de uma das suas proteínas (BARF-1) no sangue, saliva e na nasofaringe. Pretende ser o primeiro estudo a validar na prática clínica a utilização destes testes laboratoriais, enquanto biomarcadores, para o diagnóstico e monitorização dos doentes com risco de vir a ter este tipo de cancro. Este projeto reveste-se de importância dado que, no futuro, poderá vir a dar origem a um teste simples para o rastreio do cancro da nasofaringe que poderá ser implementado em países nos quais a infeção pelo vírus Epstein-Barr é muito frequente, como é o caso de Portugal.

Na área de oftalmologia, Arnaldo Santos Dias, oftalmologista do Hospital CUF Descobertas, vê o seu projeto “Manifestações oftalmológicas no lupus eritematoso sistémico: epidemiologia e neurodegeneração” ser também distinguido com uma das Bolsas. O lupus eritematoso sistémico é uma doença autoimune que pode afetar diversos órgãos, incluindo o olho. Vários estudos sugerem a existência de um processo neurodegenerativo progressivo associado à inflamação crónica que existe nesta doença. A tomografia de coerência ótica é um exame oftalmológico recente que permite o estudo pormenorizado do nervo ótico e das várias camadas da retina, funcionando como um biomarcador precoce de neurodegeneração. Este projeto premiado visa estudar as complicações oftalmológicas da doença e identificar sinais precoces de neurodegeração, de forma a possibilitar um controlo e monitorização mais rigorosos da doença e eventual identificação de novos alvos/estratégias terapêuticas.

São também atribuídas bolsas aos projetos do urologista Carlos Oliveira, do Hospital de Braga, com o projeto “Development of novel methods and techniques for endoscopic and video-assisted closure of viscerotomies”, um projeto de desenvolvimento de uma nova técnica cirúrgica que permite o encerramento endoscópico da bexiga possibilitando a administração imediata de quimioterapia em casos de cancro do urotélio alto, sendo uma alternativa à cirurgia convencional, apresentando menor risco e período de internamento. Maria Caçador, Otorrinolaringologista do Hospital CUF Santo é também distinguida pelo projeto “Correlação entre a avaliação vocal clínica, estroboscópica e acústica em doentes com patologia vestibular antes e após reabilitação vestibular”, que pretende verificar se doentes com alterações do equilíbrio apresentam alterações vocais (mesmo que assintomáticas ou não valorizadas) e se a sua correção condiciona uma melhoria da qualidade vocal. Por fim, é atribuída uma bolsa a Sílvia Paredes, endocrinologista do Hospital de Braga com o título “Knowledge, attitudes and practices of medical students, physicians and patients about metabolic syndrome”, um projeto que pretende avaliar conhecimento, atitudes e prática de estudantes de medicina, médicos e pacientes sobre diabetes e síndrome metabólico que deverá dar origem a um projeto de educação para a saúde.

As Bolsas de Doutoramento em Enfermagem, cujo júri é presidido por Fátima Faria, Presidente do Conselho de Enfermagem da José de Mello Saúde, e que são atribuídas pela primeira vez este ano, vão para os trabalhos de investigação de Ana Cristina de Magalhães Rosas, Enfermeira do Hospital CUF Porto, com o projeto sobre o “Contributo do Modelo Touchpoints para os cuidados de enfermagem na transição para a parentalidade”, Helena Martins, Enfermeira do Hospital de Braga com o trabalho “Toque Terapêutico em Neonatologia – Desenvolvimento de um modelo para a prática de enfermagem” e Sandra Paço, Enfermeira do Hospital CUF Infante Santo com o trabalho “Fundamentos do agir de enfermagem face aos problemas éticos de início de vida”.

COMUNICADO

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