Investigadores de Coimbra desenvolvem plataforma de simulação 3D para cirurgias faciais
Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra conseguiu financiamento para desenvolver uma plataforma de simulação e visualização 3D para cirurgias faciais.
Denominado “ARTHUR – 3D Dentofacial Surgery Full Planning”, o projeto está a desenvolver uma plataforma inovadora para o planeamento de cirurgias faciais e tratamentos ortodôntico-cirúrgicos.
A equipa da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra é constituída por Francisco Caramelo (investigador do Laboratório de Bioestatística e Informática Médica do iCBR – Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra) e Francisco do Vale (diretor do Instituto de Ortodontia).
O consórcio, que garantiu o financiamento no âmbito do programa Portugal 2020, é liderado pelas empresas CODI e Instituto Português da Face, e conta também com a participação da Universidade de Aveiro.
“O objetivo passa pelo desenvolvimento de uma plataforma capaz de prever, de forma fotorrealista, o impacto real na máscara facial do paciente (tecidos moles) das possíveis alterações a efetuar a nível de estrutura óssea e dentes (tecidos duros)”, explica a Universidade de Coimbra (UC).
O projeto tem o nome de ‘Arthur’, em memória do ex-diretor do Serviço de Cirurgia Maxilo-Facial dos Hospitais da Universidade de Coimbra (CHUC), Artur Ferreira.
“Este projeto de desenvolvimento tecnológico surgiu de uma ideia do Dr. David Sanz (cirurgião maxilo-facial que então exercia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra-CHUC), que decidiu desenvolvê-la connosco, devido à longa e profícua relação entre o Instituto de Ortodontia da FMUC e o serviço de cirurgia maxilo-facial do CHUC, na prestação de serviços médicos à comunidade”, explica Francisco Vale.
O objetivo principal do projeto Arthur é “contribuir eficazmente para o tratamento de doenças e deficiências faciais, congénitas ou adquiridas, ou outras situações que levem à deformação facial”, aponta Vale.
A nova plataforma também poderá abrir outras possibilidades, segundo Francisco Caramelo: “Ao integrar de forma precisa e realista a imagem tridimensional dos ossos da face de um individuo, poderão ser criados modelos virtuais para posterior aplicação noutros ramos da medicina, que vão desde a cirurgia estética até à medicina forense”.
Francisco Vale fará o acompanhamento dos doentes submetidos a tratamento ortodôntico-cirúrgico e coordenará os procedimentos clínicos necessários à obtenção dos modelos virtuais.
Francisco Caramelo ajudará a desenvolver os procedimentos técnicos para aumentar o rigor científico na execução do projeto.