Internato Médico deve ser reintegrado na carreira médica, defende ANEM
A reintegração do Internato Médico na carreira médica contribuiria para que mais jovens ficassem no Serviço Nacional de Saúde, de acordo com Paulo Simões Peres, presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM).

É “oportuna e essencial” a abertura da discussão sobre a reintegração do Internato Médico na carreira médica, segundo a ANEM. “Num momento pautado pela discussão da valorização do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dos seus recursos humanos, um maior reconhecimento do papel fundamental dos médicos internos e do trabalho por eles prestado poderá ser uma importante medida de criação de condições atrativas para a fixação de médicos no SNS”, avança em comunicado.
Atualmente, os anos dedicados ao internato não são contabilizados para efeitos de progressão na carreira, o que é visto pelos mais novos como um desincentivo à permanência no SNS. Para a ANEM, a progressão de carreira, muitas vezes vista como um dos determinantes da crescente saída de médicos do SNS, poderá constituir um ponto de atratividade. “Apesar de o Internato Médico ser, na sua essência, uma fase de aprendizagem, os médicos internos assumem uma carga de trabalho muito significativa, contribuindo ativamente para os cuidados de saúde prestados diariamente e desempenhando tarefas cruciais para o funcionamento e eficiência do sistema”, realça.
“É inegável que o seu trabalho, ainda que sob supervisão, é muitas vezes mais autónomo do que o previsto e de vital importância, apesar de nem sempre as condições de trabalho acompanharem a relevância do seu papel”, acrescenta-se na nota à imprensa.
“Esta discussão é um passo fundamental para o reconhecimento e a valorização de uma classe profissional que diariamente se dedica a garantir a saúde dos cidadãos, e espera-se que este assunto seja alvo de uma reflexão com a seriedade e urgência que exige”, defende Paulo Simões Peres.
O responsável considera que “sem médicos jovens e motivados, com perspetivas de carreira claras e justas, será muito difícil assegurar a qualidade e a acessibilidade dos cuidados de saúde” .
Maria João Garcia
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