20 Abr, 2021

Hospital de Penafiel dispensa 60 enfermeiros com “contratos covid-19”

Em causa estão, segundo a Ordem dos Enfermeiros, contratos celebrados por quatro meses para reforçar as equipas no pico da segunda vaga de covid-19.

O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), sediado em Penafiel, está a comunicar a cerca de 60 enfermeiros com “contrato covid-19” que não vai renovar o seu vínculo, denunciou a Ordem dos Enfermeiros.

Segundo o presidente da Secção Regional Norte da Ordem dos Enfermeiros, João Paulo Carvalho, trata-se de uma situação da qual já se falava há algum tempo, mas que agora se confirma com o envio das primeiras comunicações aos profissionais.

Em causa estão, explicou, seis dezenas de contratos celebrados por quatro meses, entretanto renovados por mais quatro, para reforçar as equipas de enfermagem no pico da segunda vaga de covid-19.

Sobre o assunto, uma nota do CHTS enviada hoje à Lusa indica que “o Conselho de Administração está a acompanhar a situação e a zelar pelo cumprimento dos processos legais aplicáveis”.

Em declarações à Lusa, João Paulo Carvalho lembrou hoje que aqueles profissionais foram essenciais para a resposta à covid-19 num dos hospitais do país que enfrentou maior pressão, nomeadamente no final de 2020, e também onde, “historicamente, há maior défice de recursos de enfermagem”.

Anotou ainda que 14 dos profissionais que vão ser dispensados estão no serviço de urgência.

“Foram profissionais que deram o seu melhor, alguns até ficaram infetados, e agora são colocados na rua”, lamentou, questionando as opções da tutela, nomeadamente “as contenções orçamentais”.

Segundo o responsável, estes enfermeiros estão “a sentir-se usados pelo Estado e o Governo está a poupar à custa dos portugueses”.

Alertou, ainda, para o facto de aqueles profissionais, que já se encontravam integrados, poderem ser essenciais se houver uma nova vaga de covid-19 em Portugal, como já está a ocorrer em alguns países europeus.

João Paulo Carvalho disse também ser do conhecimento da Ordem que “muitos profissionais” têm sido obrigados a trabalhar 15 dias, ininterruptamente, para cumprir o plano de vacinação, situação que, além do impacto negativo na qualidade de vida dos profissionais, “pode representar um risco para os cuidados de saúde que estão a ser prestados”.

“Não se pode fazer mais com o mesmo ou até com menos”, concluiu.

LUSA

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