26 Ago, 2019

“Hospitais em risco de fechar” se exclusividade não avançar, alerta a FNAM

João Proença, líder da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) alerta que é preciso segurar profissionais de saúde no SNS.

O tema é polémico e não gera consenso mesmo dentro da classe médica. Enquanto alguns defendem que o regresso da exclusividade permite fixar profissionais e atrair muitos dos que estão a ser hoje desviados para um cada vez mais pujante setor privado, outros negam que a medida venha aumentar a atividade hospitalar e a produtividade das equipas.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, já se mostrou contra a ideia mas nem o primeiro-ministro nem a ministra da saúde afastaram ainda a hipótese de os médicos poderem voltar a trabalhar em exclusivo para o SNS. Agora, António Costa diz mesmo que é “um objetivo”, sem, no entanto, antecipar prazos.

Para os sindicatos, esta é uma necessidade urgente, numa altura em que os hospitais funcionam cada vez mais em esforço, pressionados pela falta de especialistas. João Proença, líder da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), alerta que é preciso segurar médicos no SNS, defendendo que a não há outra alternativa para além da exclusividade. Ao Público, garante que há hospitais em “risco de fechar” se os hospitais não conseguirem contratar especialistas para substituir os que vão saindo (para o privado e para a reforma).

“Na minha geração e nas duas últimas que nos precederam são seis mil pessoas que se reformaram. Isso torna o problema mais difícil de resolver”, realça.

Em entrevista ao Expresso, António Costa avisa, todavia, que a “exclusividade geral em todas as especialidades e em todo o país não se fará de um dia para o outro”. Para a FNAM, nesse processo, não podem ficar especialidades de fora.  João Proença refere que “a única pessoa que tem poder político para decidir se haverá limitação de sectores com dedicação exclusiva ou plena é o primeiro ministro”, desvalorizando a posição de Mário Centeno.

TC/SO

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