15 Out, 2018

Francisco Ramos substitui Fernando Araújo na Secretaria de Estado da Saúde

Com vasta experiência no setor, Francisco Ramos é conhecido pelas suas posições duras face à Indústria Farmacêutica. Em setembro último pediu um esforço de 300 milhões de euros de contribuição às empresas de medicamentos e dispositivos médicos, com efeitos já no orçamento do Estado para 2019

Francisco Ramos substitui Fernando Araújo na Secretaria de Estado da Saúde

Francisco Ramos, até aqui Presidente do IPO de Lisboa, é o novo Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, confirmou o nosso jornal, substituindo no cargo Fernando Araújo.
Será a quinta vez que Francisco Ramos, que completa 62 anos em dezembro próximo, integra um governo socialista, depois ter ocupado a secretaria de Estado da Saúde em dois governos de António Guterres, entre 1997 e 2002, e nos dois executivos de José Sócrates, entre 2005 e 2009. Licenciado em Economia, pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, em 1978, tendo obtido o diploma em Administração Hospitalar em 1981, vai ser o responsável pela parte financeira da Saúde, onde se incluem os hospitais e medicamentos.
Refira-se que o novo Secretário de Estado integrou o Grupo Técnico Independente destinado a avaliar os Sistemas de Gestão do Acesso a Cuidados de Saúde no Serviço Nacional de Saúde (SNS), criado em outubro de 2017.
No seu já vasto currículo profissional, o agora nomeado foi consultor da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo em 1996/1997 e subdiretor-geral da Direção-Geral da Saúde em 1997.
Foi ainda Presidente do Conselho Diretivo do Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu em 2000/2001 e Presidente do Conselho Diretivo do INA, IP, entre 2009 e 2012.
Ao longo dos anos, realizou diversos estudos económicos de medicamentos para companhias farmacêuticas e estudos económicos e de organização de unidades privadas de prestação de cuidados de saúde.
A tomada de posse do novo secretário de Estado toma posse na próxima quarta-feira, decorrendo ainda negociações para a nomeação do segundo secretário de Estado da Saúde, que completará a equipa de Marta Temido.

Poupar nos medicamentos
Com vasta experiência no setor, Francisco Ramos é conhecido pelas suas posições duras face à Indústria Farmacêutica. Em setembro último pediu um esforço de 300 milhões de euros de contribuição às empresas de medicamentos e dispositivos médicos, com efeitos já no orçamento do Estado para 2019. “Há muito tempo que se denota pela prática é que medidas eficazes de redução do preço dos medicamentos são medidas administrativas, quase impostas à indústria”, apontava Francisco Ramos, afirmando que “se os poderes públicos tiverem a vontade suficiente, é possível que a indústria concorde em suportar este sacrifício para que de facto seja possível garantir nos próximos anos a sustentação do financiamento da inovação terapêutica”.
Quanto aos contribuintes, diz Francisco Ramos, defende que devem ser aliviados nas despesas em saúde oral, próteses oculares e auditivas. Mas, em contrapartida, devem também poder deduzir menos despesas de saúde no IRS, propondo uma descida dos atuais 15% para 5%.

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