24 Jun, 2021

Formação de médicos “só agora” é que está a ser recuperada, alerta Ordem

O atraso na formação de clínicos pode trazer consequências graves para a colocação de especialistas, nomeadamente prejuízo na oferta de assistência hospitalar.

A Ordem dos Médicos (OM) alertou, ontem, que a maior parte das unidades hospitalares “só agora” está a recuperar os ciclos de formação de clínicos, devido ao impacto da situação pandémica atual, o que pode atrasar significativamente a colocação de especialistas.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Conselho Regional Sul da OM, Alexandre Valentim Lourenço, após uma reunião com os diretores de internato dessa região, reforçou que “a maior parte dos hospitais sofreu um grande impacto [com a pandemia]”, o que resultou na interrupção de “muitos ciclos de formação, nomeadamente estágios, e só agora é que se começa a recuperar um pouco a formação”.

Ao prever as consequências, este responsável revela a sua preocupação relativamente ao facto de que vários hospitais podem estar a contar com “especialistas que não vão ter”.

No âmbito da mesma reunião, os exames de especialidade também foi um dos temas discutidos, sendo que, neste sentido, Alexandre Valentim Lourenço denuncia que o atual sistema de colocação de clínicos “está completamente desfasado de boas práticas”, explicando que “os médicos são colocados por uma folha de Excel”, o que revela uma colocação “administrativa e não por necessidades dos serviços com os melhores perfis para cada um”.

Crescente com a pandemia foi também o “crescente número de médicos a fazer especialidade em hospitais privados”. Assim, segundo salienta, estes hospitais apresentam “maiores capacidades de resolver problemas porque não estão sob alçada de normas centrais políticas”, o que resulta em “mais liberdade, quer para contratar, quer para proporcionar melhores estágios”.

 SO/LUSA

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