Fármacos para a depressão “evoluíram muito nos últimos anos”

Fármacos são cada vez melhor tolerados e "têm ainda a vantagem de também atuarem na ansiedade, patologia que muitas vezes acompanha a depressão”, salienta a psiquiatra Maria Luísa Figueira.

A pandemia veio colocar a saúde mental na ordem do dia e, como resultado, “os decisores políticos estão conscientes do acréscimo de problemas mentais”, destaca a Prof.ª Dr.ª Maria Luísa Figueira, membro do conselho consultivo e ex-presidente da SPPSM.

Segundo a psiquiatra, “se algumas situações são compreensíveis à luz dos comportamentos normais das pessoas perante uma ameaça que é a pandemia por Covid-19, os doentes com patologias psiquiátricas prévias estão em maior risco de agravamento da sua doença”. Nesse sentido, frisa que “é necessário melhorar o acesso dos doentes aos cuidados psiquiátricos e reorganizar os serviços da comunidade para dar resposta às necessidades atuais”.

A propósito do tratamento, a especialista refere que a “terapêutica farmacológica para a depressão evoluiu muito nos últimos anos”, existindo um número “razoável” de antidepressivos, cujo efeito, embora não seja universal nem produza a mesma resposta em todos os doentes, é cada vez mais eficiente. 

“Temos cada vez mais fármacos com uma ação específica sobre os neurotransmissores e com menos efeitos adversos. São muito mais bem tolerados e têm ainda a vantagem de também atuarem na ansiedade, patologia que muitas vezes acompanha a depressão”, salienta. 

Para a Prof.ª Maria Luísa Figueira, o desafio principal a ser ultrapassado com o uso destes fármacos “é conseguir uma boa adesão ao tratamento e à sua continuidade”. Como explica, “os doentes deprimidos estão pessimistas, não acreditam que podem melhorar e essa descrença não ajuda a aderirem ao tratamento”.

 

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