7 Mar, 2023

Doentes ficam em risco com a deslocalização da produção de medicamentos para fora da Europa

Alerta está num relatório recentemente divulgado, que apela aos decisores políticos para garantirem um fornecimento mais seguro e fiável de medicamentos essenciais aos cidadãos da UE, reduzindo a dependência dos mercados asiáticos.

O fabrico de medicamentos na Europa enfrenta uma crise. Nos últimos 10 a 15 anos, a produção europeia de medicamentos essenciais foi deslocalizada para mercados de baixo custo como a China e a Índia. Um novo relatório, intitulado “Addressing Europe’s Medicine Exodus”, e realizado pela farmacêutica Teva, apela aos decisores políticos para garantirem um fornecimento mais seguro e fiável de medicamentos essenciais aos cidadãos da UE, reduzindo a dependência dos mercados asiáticos.

O documento examina os fatores que levaram à deslocalização do fabrico de medicamentos do continente europeu, e oferece recomendações para reforçar a resiliência da indústria farmacêutica na Europa.

O relatório salienta que “existe o risco que os fornecedores distantes e as longas cadeias de abastecimento” – enfraquecidas por conflitos e pressões como a inflação – “possam comprometer o fornecimento seguro de medicamentos essenciais a doentes europeus”.

Com a redução da capacidade de fabrico, “a Europa pode não ser capaz de garantir um fornecimento fiável dos medicamentos necessários, a par de uma procura crescente.”  Os seus sistemas de saúde poderão tornar-se quase inteiramente dependentes da China e de outros mercados, com a diminuição do controlo que isso implica.

Segundo o relatório, esta situação enfraqueceu a diversidade de fármacos essenciais na Europa e, portanto, a segurança – sendo os antibióticos e o paracetamol um caso flagrante. Com efeito, esta mudança reduziu a capacidade da Europa de fornecer medicamentos essenciais aos doentes em momentos de maior necessidade. A COVID-19 evidenciou esta preocupante tendência.

Marta González, diretora geral da TEVA Portugal, salienta a importância do apoio dos legisladores: “A deslocalização da produção de medicamentos da Europa para os mercados emergentes deixou os doentes europeus vulneráveis. Agora é o momento de apoiar a produção europeia de medicamentos – e as suas cadeias de abastecimento – enquanto ainda podemos. Por isso apelamos aos legisladores nacionais e da UE que se comprometam a adotar uma série de medidas concretas destinadas a assegurar o fabrico europeu, colocando a indústria numa base mais segura para melhorar os resultados dos pacientes.

“Com o elevado preço da energia a aumentar o custo dos produtos, a questão que se coloca é até que ponto se pode permitir que o fabrico destes medicamentos essenciais não seja afetado antes que seja demasiado tarde.  A pandemia evidenciou a fragilidade do setor farmacêutico europeu quando as fronteiras e as fábricas no estrangeiro foram encerradas. E agora, as crises energética e económica, são um novo sinal de alerta.”

SO/COMUNICADO

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