Dia Mundial da Urticária. Doença afeta até 20% da população
Hoje assinala-se o Dia Mundial da Urticária, uma doença que pode afetar até uma em cada cinco pessoas ao longo da vida.

“A urticária é uma condição clínica caraterizada pelo aparecimento de manchas ou pápulas avermelhadas, elevadas em relação à pele normal, que provocam prurido intenso (comichão) e que desaparecem momentaneamente quando pressionadas. As manifestações da urticária podem surgir em todo o corpo ou apenas em alguns locais, tendo cada mancha/pápula, a duração de alguns minutos a várias horas (não mais de 24 horas) e não deixando marcas na pele.”
A explicação é da médica imunoalergologista Sofia Campina, membro da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), que lembra que a urticária afeta até 20% da população e que pode ser aguda ou crónica. “A urticária aguda – que se carateriza por ter uma duração máxima de seis semanas – é a mais frequente, podendo ocorrer em 10 a 20% da população pelo menos uma vez na vida e, na maioria destes casos, pode estar associada a um quadro infecioso”, refere.
A urticária crónica pode também ser dividida em dois tipos: indutível e espontânea. A indutível é desencadeada por um estímulo específico (como, por exemplo, o frio, a fricção, o aumento da temperatura, o exercício) e, no caso da urticária crónica espontânea, as lesões na pele surgem sem um estímulo específico identificado. “Um indivíduo pode ter mais do que uma forma de urticária, ou seja, ter manifestações espontâneas e também com fatores físicos específicos”, explica a especialista.
Entre as principais causas do desenvolvimento e agravamento da urticária, está uma resposta exagerada de algumas células que existem na pele e que libertam, de forma frequente e imprevisível, substâncias que causam comichão. “Na maioria das vezes, a causa é desconhecida, podendo envolver uma reação do sistema imunitário. Situações de stress, infeções, alguns fármacos (como anti-inflamatórios) e até variações hormonais podem levar a episódios de agravamento da urticária crónica espontânea.”
A imunoalergologista informa que o diagnóstico da urticária é clínico, baseado na observação das lesões na pele e na história de sintomas, uma vez que não existem testes específicos para confirmar a doença. A médica destaca, também, a importância de, perante a suspeita de urticária crónica espontânea, existir o acompanhamento em consulta de Imunoalergologia.
Quanto ao tratamento, este é feito através de anti-histamínicos e, nos casos mais difíceis de controlar, é necessário fazer ajuste de dose desses medicamentos e até tratamentos mais específicos.
SO/COMUNICADO
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