5 Nov, 2025

Crianças de Évora comem poucos legumes e passam demasiado tempo em frente a écrans, revela estudo

O estudo sobre as crianças de Évora revela, ainda, que 18% dormem menos do que as nove a 12 horas recomendadas nos dias úteis e 9% dormem menos do que o ideal ao fim de semana.

Crianças de Évora comem poucos legumes e passam demasiado tempo em frente a écrans, revela estudo

Um estudo sobre saúde e bem-estar infantil no concelho de Évora revela que as crianças têm hábitos pouco saudáveis: consomem poucos legumes, brincam menos do que o recomendado e passam demasiado tempo a olhar para écrans. A investigação, desenvolvida pela Universidade de Évora (UÉ) em colaboração com a Nova Medical School, integra o projeto Run Up, que pretende avaliar a saúde das crianças no Alentejo e promover mudanças positivas nos seus estilos de vida.

De acordo com a UÉ, participaram no estudo 845 crianças dos quatro agrupamentos de escolas do concelho, num total de 1.322 recrutadas. Os investigadores recolheram dados através de questionários aos encarregados de educação e de medições físicas e testes motores realizados nas escolas. Os resultados mostram que 32% das crianças apresentam excesso de peso ou obesidade, segundo os critérios da Organização Mundial da Saúde. No que toca à alimentação, 38,7% consomem snacks doces ou salgados quatro ou mais vezes por semana, enquanto 18,6% bebem refrigerantes ou sumos açucarados com igual frequência.

Mais de metade das crianças (57,5%) come hortícolas de folha apenas três ou menos vezes por semana. Já no domínio da atividade física, 63% não cumprem as duas horas diárias de brincadeira ativa recomendadas durante a semana, e 23% não o fazem ao fim de semana.

O estudo revela ainda que 18% das crianças dormem menos do que as nove a 12 horas recomendadas nos dias úteis e 9% dormem menos do que o ideal ao fim de semana. Quanto ao tempo de ecrã, 47% passam mais de uma hora por dia em frente a dispositivos eletrónicos e 8% excedem as três horas diárias.

A análise conclui também que a competência motora média das crianças se situa no percentil 50, sendo a hiperatividade e os problemas emocionais as dificuldades de saúde mental mais frequentes. Segundo os investigadores, estilos de vida pouco saudáveis estão associados a menor competência motora e a valores mais elevados de peso e perímetro abdominal.

A investigadora principal do projeto, Gabriela Almeida, docente do Departamento de Desporto e Saúde da UÉ, sublinha que estes resultados oferecem “uma fotografia detalhada da saúde das crianças”, ajudando a compreender os principais desafios que enfrentam.

O estudo foi financiado pelo Comprehensive Health Research Centre (CHRC) e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), no âmbito do projeto UIDB/04923/2020, e contou ainda com parcerias formais entre a Câmara Municipal de Évora e a Administração Regional de Saúde do Alentejo.

SO/LUSA

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