Consumo de cocaína aumenta na Europa

Cerca de 2.3 milhões de jovens adultos consumiram cocaína no último ano, segundo o Observatório Europeu das Drogas e Toxicodependências (EMCDDA, na sigla inglesa) que divulgou esta quinta-feira, em Bruxelas, o ‘Relatório Europeu sobre Drogas 2018: Tendências e Evoluções”.

O relatório pretende analisar as tendências do consumo de droga na Europa, bem como o desenvolvimento das políticas de tratamento e prevenção nos 28 Estado-Membros da União Europeia (UE), Turquia e Noruega.

A EMCDDA atenta que o acesso a substâncias ilícitas é elevado e parece estar a aumentar. Em 2016 foram registadas mais de 1 milhão de apreensões de drogas na Europa. Cerca de 92 milhões de adultos, entre os 15 e 64 anos, já experimentaram substâncias ilícitas ao longo da sua vida e à volta de 1.3 milhões de pessoas receberam tratamento neste âmbito.

“Atualmente, estamos a assistir a uma maior produção e disponibilidade de drogas na Europa. Além disso, este mercado é altamente dinâmico e adaptável – e, portanto, ainda mais perigoso. Se quisermos estar à frente da situação, os nossos esforços devem focar-se na construção da resiliência e na capacidade de resposta, principalmente devido à crescente importância do mercado online e ao desenvolvimento de novos tipos de drogas”, afirma Dimitris Avramopoulos, Comissário Europeu para a Migração, Assuntos Internos e Cidadania, em comunicado de imprensa.

Um dos pontos mais destacados no relatório é o crescente consumo de cocaína na Europa. Cerca de 2.3 milhões de jovens adultos, entre os Estados-Membros, consumiram esta droga no último ano. A sua disponibilidade também aumentou em vários países, atingindo o nível mais alto numa década em 2016, assim como o número de apreensões, tendo sido reportadas 98 mil que contabilizaram no total 70.9 toneladas.

Em relação à canábis, esta continua a ser a droga mais consumida na Europa. Aproximadamente 17.2 milhões de jovens adultos (15 -34 anos) consumiram no último ano e à volta de 1% dos adultos (15-64) consomem diariamente.

O relatório também realça a preocupação com o aumento do número de mortes por overdose. Estima-se que, em 2016, tenham ocorrido cerca de 9 mil mortes, maioritariamente associadas ao consumo de heroína e outros opiáceos, ainda que muitas vezes combinados com outras substâncias como álcool e benzodiazepinas.

Laura d’Arrigo, Presidente do Conselho de Administração do EMCDDA, conclui, em comunicado, que “as ameaças colocadas pelas drogas à saúde pública e à segurança na Europa continuam a exigir uma resposta unida. O Plano de Ação da UE de Luta contra a Droga, adotado em 2017, fornece o quadro para a cooperação europeia. É crucial que o nosso sistema de monitorização acompanhe a evolução dos problemas associados à droga e o aparecimento de novas tendências. O Relatório Europeu sobre Drogas, juntamente com 30 relatórios nacionais, fornece as últimas análises para ajudar os decisores a obterem uma perspetiva clara do fenómeno e adaptarem a resposta política de modo a prevenir e fazer face a desafios emergentes”.

Saúde Online

 

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