20 Mai, 2020

Covid-19: Centro Hospitalar do Algarve distribuiu máscaras que não protegem

Máscaras tinham sido doadas e distribuídas pelos profissionais de saúde mas não garantiam proteção contra o novo coronavírus.

Em declarações à Lusa, Ana Paula Gonçalves reconheceu a existência de um lote de 1.500 máscaras sem “as características adequadas ao exercício da atividade hospitalar”, algumas das quais distribuídas pelos profissionais de saúde, por não ter sido detetado que se tratavam de máscaras inadequadas.

A denúncia partiu de um médico do CHUA, que, numa rede social, na segunda-feira, alertou ter recebido máscaras não cirúrgicas, provenientes da China, cuja embalagem refere que não são para uso médico, mas sim apropriadas para o controlo de pragas, limpeza, cozinha, cuidados de animais e outros propósitos higiénicos.

“Lamento que o profissional não nos tenha comunicado a nós e tenha decidido comunicar às redes sociais”, referiu Ana Paula Gonçalves, frisando que, se a situação tivesse sido “reportada diretamente” à administração, pelos canais internos, as máscaras teriam sido “retiradas mais cedo”.

Questionada pela Lusa sobre a proveniência das máscaras, aquela responsável disse preferir não revelar quem fez o donativo, sublinhando que a administração do CHUA não pôs em causa “a qualidade e a bondade do donativo”.

Ana Paula Gonçalves disse ainda que a administração nunca teve a intenção de “enganar” os profissionais ao fornecer máscaras inadequadas, caso contrário tinha-as “colocado noutra embalagem” que não a original, garantindo que o erro foi logo corrigido.

“Nós recebemos aqui, quer por donativos ou por aquisição, centenas de milhares de máscaras. Em 300 ou 400 mil podem misturar-se essas, sem que os responsáveis pela distribuição se tenham apercebido”, justificou.

As máscaras vão agora ser usadas para outros fins e distribuídas pelos profissionais que fazem a limpeza de casas de banho ou lavagem de jardins, concluiu.

SO/LUSA

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