Entrevista. “A vacinação contra a gripe tem efeito na prevenção primária de doenças cardiovasculares”

“É seguro afirmar-se hoje que a vacinação contra a gripe tem efeito na prevenção primária de doenças cardiovasculares (DCV), com uma redução significativa da mortalidade total e da mortalidade CV e por AVC”, salientou Carlos Rabaçal, diretor do Serviço de Cardiologia do Hospital de Vila Franca de Xira. O responsável falou, hoje, numa mesa sobre “Mitos e factos sobre gripe e complicações cardiovasculares”.

O cardiologista especificou que quando a infeção coexiste com o evento cardiovascular, além da necessidade de internamento mais prolongado, aumentam também as complicações e a taxa de mortalidade. Em causa está, como explicou, o facto de “a infeção por influenza desencadear uma resposta inflamatória que de forma direta e ou indireta contribui para o aparecimento ou agravamento dessas patologias”.

Carlos Rabaçal defendeu assim a vacinação sazonal contra a gripe como uma medida para prevenir doença respiratória  e cardiovascular, lembrando que a medida é recomendada pela Sociedade Europeia de Cardiologia. Falou ainda da mais recente vacina para a gripe, a quadrivalente, que foi administrada este ano a idosos institucionalizados.

Na mesa marcaram presença também, como moderadores Manuel Carrageta, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia e da Sociedade Portuguesa de Geriatria e de Gerontologia,  e Ramos Gonçalves, pneumologista.

Manuel Carrageta também destacou o papel da vacinação na prevenção dos eventos cardiovasculares e a mais-valia da nova vacina quadrivalente. “É um avanço muito importante, porque esta vacina inovadora foi produzida a pensar como ultrapassar com sucesso o problema da imunossenescência das pessoas idosas.”

SO

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