8 Fev, 2018

Brasil confirma 98 mortes por febre amarela nos últimos sete meses

Ministério da Saúde brasileiro reafirma que a doença atingiu nenhuma área urbana e destaca que enviou cerca de 59 milhões de vacinas para todo o país

O Ministério da Saúde do Brasil anunciou esta quinta-feira que o país registou 98 mortes por febre amarela, de um total de 353 casos confirmados, no período de 01 julho de 2017 a 06 de fevereiro deste ano.

Ao todo, foram notificados 1.286 casos suspeitos, sendo que 510 foram descartados e outros 423 casos permanecem em investigação.

Segundo o último boletim epidemiológico, no mesmo período do ano passado foram confirmados 509 casos e 159 mortes causadas pela infeção de febre amarela no país.

O Ministério da Saúde brasileiro reafirmou que não há registo confirmado de febre amarela urbana, referindo-se diretamente ao caso de um paciente internado com a doença na cidade de São Bernardo do Campo, localizada nas proximidades de São Paulo, que levantou suspeitas sobre a circulação da doença em áreas urbanas.

“O caso de febre amarela em São Bernardo do Campo está sendo investigado por uma equipa da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, o que inclui o histórico do paciente e captura de mosquitos para identificar a forma de transmissão na região. Deve ser observado que o paciente mora na região urbana, e possivelmente trabalha na área rural”, destacou.

“Qualquer afirmação antes da conclusão do trabalho é precipitada. É importante informar que São Bernardo do Campo é uma das 77 cidades dos três Estados do país (São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia) incluídas na campanha de fracionamento da vacina de febre amarela”, acrescentou.

Segundo o mesmo órgão, todos os casos de febre amarela registados no Brasil desde 1942 são rurais, inclusive os atuais, ou seja, a doença foi transmitida por vetores que existem em ambientes de mata, os mosquitos dos géneros ‘Haemagogus’ e ‘Sabethes’.

“A probabilidade da transmissão urbana no Brasil é baixíssima por uma série de fatores: todas as investigações dos casos conduzidas até o momento indicam exposição a áreas de matas; em todos os locais onde ocorreram casos humanos, também ocorreram casos em macacos; todas as ações de vigilância entomológica, com capturas de vetores urbanos e silvestres, não encontraram presença do vírus em mosquitos do género ‘Aedes aegypti'”, frisou o boletim.

Em janeiro, o Governo brasileiro iniciou uma campanha de fracionamento da vacina contra a febre amarela nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde a doença se tem espalhado.

A mesma campanha de vacinação será realizada na Bahia a partir do dia 19 de fevereiro.

A adoção do fracionamento das vacinas é uma medida preventiva e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) quando há aumento de epizootias e casos de febre amarela silvestre de forma intensa, com risco de expansão da doença em cidades com elevado índice populacional.

O Ministério da Saúde destacou ainda que desde 2017 e até agora, enviou aproximadamente 58,9 milhões de doses da vacina para todo o país.

LUSA/SO

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