AJDP quer desmistificar a diabetes e mostrar que doentes “são iguais às outras pessoas”

Formada apenas por voluntários, a Associação de Jovens Diabéticos de Portugal tem como principal missão ajudar a desmistificar a diabetes. Apesar de esta ser uma condição crónica, a associação lembra que a vida dos doentes pode ser a mais normal possível.

“É essencial aceitarmos. Somos iguais às outras pessoas desde que tenhamos cuidados necessários, ou seja, desde que tenhamos a diabetes adequadamente tratada”, sublinha Jenifer Duarte, nutricionista e presidente da AJDP e ela própria portadora de diabetes tipo 1.

“Podemos ter uma alimentação igual aos outros (que deverá ser saudável), praticar exercício físico com regularidade. Podemos até ter uma vida mais saudável, uma vez que, desde cedo, somos acompanhados por uma equipa multidisciplinar de nutricionistas, enfermeiros, etc. Nada nos distingue e não temos de ser descriminados por termos esta condição”, diz Jenifer Duarte.

Formada em 1996, a AJDP nasceu de um grupo de jovens com diabetes tipo 1 que se juntava para fazer atividades regulares. Atualmente, a associação tem atividades dirigidas a todas as pessoas (diabéticos ou não). As mais importantes são as colónias de férias para crianças e jovens com diabetes, que têm uma grande componente desportiva. “As nossas colónias são todas compostas por pessoas com diabetes tipo 1 (organizadores, equipa médica, monitores)”, explica Jenifer Duarte. Podem inscrever-se jovens entre 10 e 18 anos.

Com 500 sócios, a AJDP promove também caminhadas pela natureza. Com a pandemia, estes encontros estiveram suspensos mas foram agora retomados (com grupos até 10 pessoas).

O diagnóstico de Diabetes tipo 1 numa criança ou jovem é sempre um momento marcante. “As pessoas passam pela fase da negação e só depois aceitam”. Com a evolução no tratamento, os doentes conseguem consultar agora, no telemóvel, os níveis de glicose a qualquer momento. As bombas de insulina vieram mudar a vida de muitos adolescentes e jovens adultos com diabetes. No entanto, as dificuldades no acesso a estes dispositivos mantêm-se, principalmente nos doentes com mais de 21 anos. “Só existem 100 bombas gratuitas para estas pessoas e também algumas para grávidas. Há muitos milhares sem bomba de insulina”, alerta Jenifer Duarte. A juntar a isto, não existem dados sobre o número de pessoas com diabetes tipo 1 em Portugal.

No entanto, sabe-se que a incidência tem aumentado, o que significa cada vez mais diagnósticos de diabetes em jovens.

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