Açores lançam projeto inovador para diagnóstico precoce do cancro colorretal
O Hospital de Ponta Delgada e o Centro de Oncologia dos Açores vão desenvolver o projeto “OncoFuture4AZ”, que aposta em novas tecnologias e biomarcadores para detetar precocemente o cancro colorretal. A iniciativa, financiada pelo programa Açores 2030, será implementada em São Miguel.

Os Açores vão avançar com um projeto “inovador” para combater o cancro colorretal, investindo no diagnóstico precoce, na prevenção e no tratamento da doença, revelou o Hospital Divino Espírito Santo (HDES) de Ponta Delgada, em parceria com o Centro de Oncologia da região.
Designado “OncoFuture4AZ”, o projeto resulta de um consórcio entre o serviço de Genética do hospital e o Centro de Oncologia dos Açores, com financiamento do programa comunitário Açores 2030. A iniciativa será implementada inicialmente na ilha de São Miguel.
“A ideia é juntarmos sinergias e forças, quer para que se aumente o rastreio e a participação no rastreio, quer para identificar mais precocemente, quer para ter novos biomarcadores”, explicou Cláudia Branco, coordenadora do projeto no HDES, à margem da apresentação.
O objetivo passa por estudar casos “antigos e recentes” de cancro colorretal, criando uma base de dados e um sistema de vigilância que permita identificar precocemente os doentes e evitar procedimentos desnecessários.
“Queremos identificar precocemente, tratar mais eficazmente e evitar, muitas vezes, colonoscopias desnecessárias, fornecendo novas metodologias e tecnologias aos açorianos”, afirmou Cláudia Branco.
Segundo a investigadora, o projeto irá utilizar amostras biológicas como fezes, sangue e tecidos tumorais, explorando a componente genética e o microbioma para detetar a doença de forma mais rápida e precisa.
“Vamos utilizar as mesmas amostras do rastreio para identificar mutações somáticas nas fezes. Esta parte é completamente inovadora”, sublinhou.
A secretária regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi, destacou a relevância da cooperação entre instituições do Serviço Regional de Saúde, frisando que o cancro colorretal continua a ter “baixa adesão ao programa de rastreio”.
“O que esperamos com este projeto é identificar novas formas de sinalizar atempadamente doentes em risco acrescido. É uma mais-valia para a saúde pública regional”, afirmou a governante.
Mónica Seidi anunciou ainda que os Açores irão lançar o programa de rastreio do cancro do pulmão até ao primeiro trimestre de 2026, estando a decorrer a aquisição de equipamentos.
De acordo com os dados apresentados, são diagnosticados entre 90 e 100 casos anuais de cancro do cólon e do reto nos Açores — a segunda causa de morte por cancro na região, responsável por 62 óbitos em 2022.
LUSA/SO
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