9 Ago, 2024

Marcelo considera que foram criadas “expectativas muito altas” sobre o plano para a saúde

O Presidente da República considerou que foram criadas "expectativas muito altas" quanto ao plano de emergência do Governo para a saúde e disse esperar que os constrangimentos nas urgências "não se repitam" no próximo ano.

Marcelo considera que foram criadas “expectativas muito altas” sobre o plano para a saúde

“Sendo certo que era um plano faseado ao longo de dois anos, criaram-se expectativas muito altas quanto ao calendário fixado. Naturalmente, as pessoas pensaram que esse plano de emergência poderia ser todo cumprido ao mesmo ritmo, não em dois anos faseadamente, mas em poucas semanas ou em poucos meses, sobretudo em um período sempre complicado, como é o verão”, salientou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado falava aos jornalistas, ao lado do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que ontem visitaram o Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

“Criámos expectativas muito altas. Perante a gravidade dos problemas, ao falar-se de um plano de emergência, cada um de nós deseja que a resposta seja a mais rápida possível. Portanto, as expectativas criadas foram muito altas, relativamente a uma situação em que, em muitos casos, não é possível corresponder”, sublinhou.

O chefe de Estado disse ver como um “caso de sucesso pleno” a resolução das listas de espera de cirurgia para doentes oncológicos que ultrapassaram o tempo máximo recomendado, uma das 54 medidas do plano de emergência para a saúde do Governo PSD/CDS-PP.

Para o Presidente da República, importa, agora, “ir acompanhando as várias medidas, para ver se é possível que sejam cumpridas, dentro dos prazos – e naturalmente que o Governo quererá que seja rápido, porém as circunstâncias podem ou não permitir que assim seja”.

Interrogado sobre a alegada recusa do Hospital das Caldas da Rainha em atender uma grávida que tinha sofrido um aborto espontâneo, o chefe de Estado recusou comentar casos concretos e lembrou que estão a decorrer averiguações.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que é “uma exigência e um desafio” que as causas que levam “à capacidade de resposta das urgências mudem para melhor o mais rapidamente possível”, salientando que alguns pacientes que recorrem a serviços de urgência “deviam ser tratados nos cuidados primários”.

O chefe de Estado considerou que, em alguns casos, as urgências não têm “capacidade para corresponder igualmente por todo o país às necessidades dos portugueses”.

“Tudo isso preocupa os portugueses, o Governo, as oposições e o Presidente da República, no sentido em que é preciso encontrar soluções com a maior rapidez possível, para que a situação não se verifique no ano que vem”, afirmou.

Sobre o facto de ter sido convidado pelo primeiro-ministro para participar nesta visita, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que “não é a primeira vez” que tal acontece e recordou que visitou, com o anterior executivo, obras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O chefe de Estado recordou a reforma que o anterior primeiro-ministro, António Costa, quis implementar na saúde e que pretendia que o novo modelo de gestão entrasse em funcionamento em janeiro deste ano.

“Sucedeu que o Governo mudou”, realçou, lembrando que as eleições legislativas levaram a uma mudança de executivo.

“Quer dizer que este verão coincidiu, independentemente de os verões serem mais ou menos complicados, com uma mudança de Governo, logo com a adoção de novas políticas, de novos métodos de gestão ou, pelo menos, com a adaptação dos métodos de gestão que vinham do passado”, salientou.

O chefe de Estado disse ainda esperar mais convites de Luís Montenegro para acompanhar a execução do plano de emergência.

“(…) Com a noção exata de que há certas medidas e certos objetivos que são muito mais difíceis de cumprir do que outros”, alertou.

 

LUSA

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