Vacinação contra o HPV reduz risco de cancro do colo do útero em 80%, aponta estudo francês
Relativamente a outros cancros associados ao HPV - como os cancros vulvar, anal e peniano -, a vacina também parece eficaz, ainda que as evidências sejam menos robustas.

As vacinas contra HPV reduzem de forma significativa o risco de desenvolvimento de cancro do colo do útero, sobretudo quando administradas em idades jovens, conclui um estudo de grande escala realizado em França e divulgado na segunda-feira pela Colaboração Cochrane.
De acordo com a investigação, a vacinação “reduz provavelmente a incidência de cancro do colo do útero em 80% nas pessoas que foram vacinadas aos 16 anos ou antes”. A Cochrane, organização internacional reconhecida pela produção de revisões científicas rigorosas, analisou mais de 200 estudos conduzidos ao longo dos últimos anos sobre o impacto das campanhas de vacinação contra o HPV.
Os benefícios da vacina já são amplamente conhecidos, dado que o vírus HPV — transmitido sexualmente — é responsável por várias patologias, incluindo o cancro do colo do útero. Apesar disso, muitos países continuam a enfrentar resistência e hesitação relativamente à vacinação de adolescentes.
A revisão da Cochrane surge depois de uma primeira análise, feita no final da década de 2010, que se baseava exclusivamente em ensaios clínicos de farmacêuticas e que, embora confirmasse a segurança das vacinas, não conseguia demonstrar a eficácia na prevenção do cancro, devido ao acompanhamento insuficientemente longo dos participantes.
Em contraste, a nova revisão, que reúne estudos populacionais de grande dimensão realizados após a introdução dos programas de vacinação, conclui de forma clara que a vacina tem um efeito decisivo na redução do cancro do colo do útero. O efeito protetor é mais forte quando a vacinação ocorre antes do início da vida sexual, já que a exposição prévia ao vírus reduz a eficácia da imunização.
Relativamente a outros cancros associados ao HPV — como os cancros vulvar, anal e peniano —, a vacina também parece eficaz, ainda que as evidências sejam menos robustas, devido à raridade destas doenças e ao menor número de estudos disponíveis. Tal como a revisão anterior, o estudo é igualmente tranquilizador quanto à segurança: a vacinação contra o HPV “não está associada a um maior risco de efeitos secundários a longo prazo ou infertilidade”, afirmam os investigadores.
SO/LUSA
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