14 Fev, 2018

Objetos do quotidiano podem conter produtos químicos que provocam o aumento de peso

Um estudo, divulgado esta quarta-feira, revela que há produtos químicos usados em objetos do quotidiano, como embalagens de alimentos ou roupa, que podem interferir com o metabolismo e levar ao aumento de peso.

Conhecidos como substâncias polifluoralquil e perfluoralquil, ou PFASs, alguns desses produtos foram anteriormente associados a situações oncológicas, alterações hormonais, disfunção imunológica e colesterol elevado.

“Pela primeira vez, nossos resultados descobriram um novo caminho pelo qual os PFASs podem interferir com a regulação da massa corporal em seres humanos e, assim, contribuir para a epidemia de obesidade”, revela o autor principal do estudo, Qi Sun, professor do departamento de Nutrição da Universidade de Harvard.

Os pesquisadores descobriram que os PFASs – também conhecidos como “obesogenes” por sua interferência com a regulação do peso corporal – estão vinculados a um ritmo metabólico mais lento em momentos de repouso.

Pessoas com altos níveis de PFASs no sangue também apresentaram um metabolismo mais lento durante o processo de perda de peso.

O estudo, publicado na revista PLOS Medicine e realizado na década de 2000, analisou os efeitos de quatro dietas ao longo de um período de dois anos. Os níveis de perda de peso e PFAS no sangue foram medidos em 621 pessoas obesas ou com sobrepeso.

Em média, os participantes perderam 6,4 quilos nos primeiros seis meses, mas ganharam 2,7 quilos nos 18 meses seguintes.

Aqueles que ganharam mais peso apresentavam as maiores concentrações de PFASs no sangue, “um vínculo mais forte entre as mulheres”, segundo o estudo divulgado na revista PLOS Medicine.

As PFASs estão presentes no ambiente há 60 anos, tendo contaminado a água potável perto de locais industriais, bases militares ou unidades de tratamento de água.

“Os resultados sugerem que limitar ou evitar a exposição a PFASs pode ajudar as pessoas a manter uma massa corporal estável após a perda de peso, especialmente para as mulheres”, diz o investigador de Harvard, Philippe Grandjean. co-autor do estudo.

LUSA/SO

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