Especialista defende que Governos “têm de agir” para combater problema do excesso de peso
Impostos e legislação são dois meios que os governos têm à disposição para combater o excesso de peso e que foram eficazes na redução de consumo de tabaco e álcool, defendeu uma especialista da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Os governos têm de agir”, afirmou Claudia Stein, diretora do Departamento de Informação, Pesquisa e Inovação da OMS na Europa, em declarações a jornalistas em Londres, onde foi apresentado o Relatório de Saúde Europeu da OMS.
O relatório publicado hoje, constata que os 53 países da região europeia analisados neste relatório têm as taxas de tabagismo e de consumo de álcool mais elevadas a nível mundial, mas a tendência nos últimos anos tem sido de declínio. Pelo contrário, é identificado um movimento ascendente nas taxas de excesso de peso e obesidade na maioria dos países europeus, com Malta, Turquia e Reino Unido nos primeiros lugares.
Claudia Stein enfatizou que “os impostos e legislação existem para regular”, e que o agravamento dos impostos sobre produtos com muitas calorias, como os refrigerantes, tem efeitos positivos. “O imposto sobre açúcar tem impacto sobre o peso e a saúde dentária”, explicou.
Porém, também lembrou que a nutrição é apenas um fator que contribui para o excesso de peso ou obesidade, e que hábitos saudáveis, como o desporto ou exercício, também desempenham um papel importante.
Stein referiu que a introdução de legislação que proíbe fumar em espaços fechados públicos na última década terá contribuído para a redução do tabagismo na Europa.
“Há estudos que mostram que um maior Índice de Massa Corporal [medida usada para determinar se pessoa está acima ou abaixo do peso recomendado] representa um risco de diabetes, de doenças cardio vasculares, sendo uma causa grande de invalidez e mortalidade”, acrescentou.
Segundo os dados recolhidos sobre a região europeia, o excesso de peso afeta sobretudo os homens e a obesidade é mais prevalecente em mulheres, mas Stein mostrou-se sobretudo preocupada que estes problemas estejam a afetar cada vez mais crianças de 11 anos. “Se isto não for estancado, a próxima geração terá um problema, sobretudo com doenças crónicas”, avisou.
LUSA/SO