Vacinação contra vírus sincicial respiratório pode evitar mais de 150 mil infeções em cinco anos, revela estudo
O “Estudo de Impacto Económico do Vírus Sincicial Respiratório” estima que estes episódios representem atualmente um custo anual de cerca de 217 milhões de euros para o SNS, abrangendo hospitalizações, urgências, cuidados intensivos e consultas.

A vacinação de cerca de 1,5 milhões de adultos com 60 ou mais anos contra o vírus sincicial respiratório (VSR) poderia evitar 153 mil infeções e 2.489 internamentos num período de cinco anos, segundo um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP NOVA). A análise conclui que a imunização deste grupo reduziria significativamente a carga da doença no país, permitindo ainda uma poupança anual superior a 45 milhões de euros em custos diretos médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Em declarações à agência Lusa, Joana Alves, investigadora da ENSP NOVA e autora principal do estudo, explicou que o objetivo foi avaliar o impacto clínico e económico da vacinação contra o VSR em Portugal, através de um modelo económico adaptado à realidade nacional e baseado em dados portugueses, complementados por fontes internacionais quando necessário.
Os resultados sugerem que, ao longo de cinco anos, a vacinação poderia prevenir cerca de 153 mil infeções respiratórias agudas, 87 mil episódios de doença das vias respiratórias inferiores, quase 2.500 hospitalizações e mais de 2.300 episódios de urgência.
Segundo Joana Alves, a evidência demonstra que a vacinação “é um aliado importante na prevenção e na promoção de ganhos em saúde pública”, além de ser custo-efetiva na população com mais de 60 anos. Embora implique um aumento imediato de custos, sublinha que permite reduzir despesas noutras áreas, como internamentos, cuidados intensivos e consultas, libertando recursos essenciais para outras necessidades do SNS.
A investigadora frisou ainda que o VSR é frequentemente associado apenas a crianças, mas continua a ser um agente comum de infeções respiratórias em adultos mais velhos, sobretudo no outono e inverno. É também uma das principais causas de pneumonia e insuficiência respiratória nesta faixa etária, podendo agravar doenças crónicas como DPOC, insuficiência cardíaca ou diabetes. “Portanto, a vacinação é realmente um fator importante e um aliado na prevenção, sendo também uma ferramenta essencial para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde”, concluiu.
SO/LUSA
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