14 Mar, 2023

23% dos médicos pretendem deixar de trabalhar no SNS e dedicar-se só ao privado

Dados são de um estudo feito pela Ordem dos Médicos. “Todos os dias saem médicos experientes do SNS”, alerta o bastonário, Miguel Guimarães.

Dados de um inquérito de 2021 da Ordem dos Médicos (OM) indicam que quase um quarto dos médicos (23%) pretendem deixar de trabalhar no SNS e dedicar-se exclusivamente ao privado.

“De entre os médicos que exercem exclusivamente no SNS, 32% pretendem vir a trabalhar no privado, em média dentro de dois anos e meio. Na sua maioria (38%), os médicos têm como objetivo manter as suas funções no SNS e acrescentar a prática no privado, contudo 23% pretende deixar de trabalhar no SNS e dedicar-se exclusivamente ao privado”, refere o estudo da ordem.

De entre o universo de inquiridos (6.755) , a maioria desenvolve a sua prática clínica no SNS (63%), mas 57% opta por acumular uma carreira nos setores privado e social, enquanto apenas 43% exerce exclusivamente nas unidades de saúde públicas.

Todos os dias saem médicos experientes do SNS”, não apenas de regiões mais periféricas, mas também dos principais hospitais centrais do país, diz Miguel Guimarães, a propósito da entrega à tutela de um relatório, desenvolvido pela OM nos últimos anos, sobre a carreira médica e que contém recomendações e propostas de medidas a implementar nos próximos anos.

O SNS está a “ficar descapitalizado. Temos mais médicos, mas menos força de trabalho”, alerta o bastonário da OM ordem, que considera “muito elevado” o número de clínicos que trabalha nas unidades públicas com um horário de 20 horas semanais. “Se eu tiver 5.000 médicos a 40 horas é a mesma coisa que se tiver 10.000 mil médicos a 20 horas, em termos de força de trabalho”, sublinhou.

SO/LUSA

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