Raul Marques Pereira, autor em Saúde Online https://saudeonline.pt/author/raul-marques-pereira/ Notícias sobre saúde Wed, 12 Feb 2025 11:34:45 +0000 pt-PT hourly 1 https://saudeonline.pt/wp-content/uploads/2018/12/cropped-indentity-32x32.png Raul Marques Pereira, autor em Saúde Online https://saudeonline.pt/author/raul-marques-pereira/ 32 32 Canabinoides – como quebrar barreiras para aumentar o acesso do fármaco certo ao respetivo doente? https://saudeonline.pt/canabinoides-como-quebrar-barreiras-para-aumentar-o-acesso-do-farmaco-certo-ao-respetivo-doente/ https://saudeonline.pt/canabinoides-como-quebrar-barreiras-para-aumentar-o-acesso-do-farmaco-certo-ao-respetivo-doente/#respond Tue, 11 Feb 2025 10:20:07 +0000 https://saudeonline.pt/?p=170886 Especialista em Medicina Geral e Familiar/ Assistente Convidado, Escola de Medicina, Un. Minho/Pós-Graduado, Tratamento de Dor/ Diretor Executivo, Centro de Medicina Digital P5, Un. Minho/ Coordenador, Grupo de Estudos de Dor, APMGF/Conselho Consultivo Científico da OPCM

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canabinoides

A dor crónica e o seu tratamento com terapêutica à base da planta de canábis são assuntos que têm estado na ordem do dia e que têm merecido atenção por parte da população em geral, mas sobretudo pelos profissionais de saúde.

Em Portugal, a dor crónica afeta 1 em cada 3 portugueses adultos, tendo um impacto muito significativo, tanto na qualidade de vida, como no absentismo laboral. Classicamente, a dor crónica dura pelo menos três meses, mesmo que não seja diária. Este tipo de dor tem de ser tratado com uma abordagem, normalmente, multifatorial, sendo que as terapêuticas clássicas nem sempre são eficazes para um alívio significativo, uma vez que muitos doentes continuam com dor, por vezes, incapacitante e com grande limitação a nível do seu bem-estar.

É nestes casos que se coloca a questão das novas classes terapêuticas que têm vindo a surgir, sendo os canabinoides uma das mais importantes. Em Portugal, neste momento, há já medicamentos derivados da planta de canábis, aprovados para a dor crónica, assim como para outras indicações.

Apesar de nova em Portugal, esta classe terapêutica já tem muitos anos em outros países, tendo os seus profissionais de saúde bastante experiência no que respeita à sua prescrição. Também os estudos indicam que há lugar para esta classe terapêutica no caso das pessoas com dor crónica, que não respondem às terapêuticas clássicas. Ou seja, os canabinoides vêm oferecer uma nova esperança às pessoas com dor crónica, que não têm tido os resultados desejados com os tratamentos convencionais.

Muitos foram os medos que, inicialmente, se colocaram no que respeita à prescrição de produtos de canábis medicinal para tratamento da dor. Contudo, é de salientar que os fármacos aprovados pelo Infarmed, de prescrição médica, são seguros. No entanto, alerto para o perigo das substâncias não reguladas, compradas por exemplo online, em que não há como garantir nem a qualidade, nem a segurança, nem a eficácia do produto.

É por isso fundamental adotar guias de orientação precisas e que permitam aos médicos escolher o fármaco certo para o “doente certo”. Nesse sentido, o Grupo de Estudos de Dor da APMGF tem, em fase final de elaboração, um documento que visa fornecer orientações para a seleção dos doentes e do tipo de canabinoide para as diferentes indicações. Pensamos que será um primeiro passo para criar mais à vontade com a gestão desta nova classe terapêutica por parte dos médicos.

Será também importante divulgar junto dos doentes qual o papel que este tipo de fármaco pode ter e em que situações, de forma a desmistificar eventuais ideias preconcebidas sobre os mesmos.

Neste momento, em Portugal, todos os médicos podem prescrever canabinoides para a dor crónica. No entanto, tendo em conta a particularidade do seu tratamento, o doente deverá ser sempre acompanhado pelo seu médico de família, ou pelo especialista em dor pelo qual está a ser seguido.

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Evidências Clínicas da terapêutica com canabinoides em epilepsia

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Dor crónica. “Falta tempo na consulta” https://saudeonline.pt/dor-cronica-falta-tempo-na-consulta/ https://saudeonline.pt/dor-cronica-falta-tempo-na-consulta/#respond Thu, 17 Oct 2024 14:26:32 +0000 https://saudeonline.pt/?p=163762 Ter tempo para tratar o doente com dor crónica é fundamental para Raul Marques Pereira. O médico de família, com competência em Dor pela Ordem dos Médicos, espera que venham a ser criadas mais consultas de dor nos cuidados de saúde primários e que se veja a canábis medicinal como mais uma arma terapêutica para determinados doentes.

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dor crónica

“A dor crónica é uma doença, não é um sintoma.” As palavras são de Raul Marques Pereira, especialista em Medicina Geral e Familiar (MGF) e coordenador do MGF.dor da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar.

O responsável considera que já se deu vários passos importantes na área da dor, nos últimos anos, mas “nunca é demais sensibilizar os profissionais de saúde para que lhe deem mais atenção”. “A dor crónica precisa de uma abordagem específica e não pode ser relegada para segundo plano”, realça.

Como acrescenta: “Esta doença quando não é controlada vai, inevitavelmente, condicionar as restantes. Por exemplo, uma pessoa com diabetes, que não faz atividade física por sentir dor, não vai controlar tão facilmente os níveis de glicemia. O mesmo se pode dizer de outras patologias crónicas.”

Questionado sobre qual o maior desafio atual na gestão do doente com dor crónica, é perentório: “A falta de tempo na consulta.” O médico de família enfatiza que é preciso escutar o doente, utilizar escalas de avaliação, apostar na literacia em saúde e reavaliar a medicação. “Para tal é preciso tempo para esta patologia complexa, daí que defenda a criação de consultas de dor nos cuidados de saúde primários”, diz.

Nem que seja apenas uma consulta por cada agrupamento de centro de saúde (ACeS), é uma forma de dar atenção a um problema que afeta cerca de 34% dos doentes dos cuidados de saúde primários, de acordo com os últimos dados de 2022.

Questionado sobre a aprovação recente de seis substâncias de canábis medicinal, Raul Marques Pereira diz que se trata de “um novo grupo terapêutico, diferente dos restantes, que veio reforçar o arsenal terapêutico para a dor”. Vê, assim, de forma positiva o seu uso na prática clínica. “Não é um produto de primeira linha, não pode ser usado de forma indiscriminada, mas tem imensos benefícios para os doentes, sobretudo em casos de dor oncológica, dor neuropática e síndrome de dor generalizada, que não respondem a outras terapêuticas.”

O médico de família, que trabalha na área da dor há vários anos, garante que é “um produto seguro” e que permite uma “mudança drástica” na vida dos doentes. “As pessoas veem a sua dor controlada e conseguem, desse modo, ser mais funcionais e  ter mais vida social.”

Quanto aos receios que ainda existem por parte de alguns profissionais de saúde, o coordenador do MGF.dor diz ser “normal”, por ser uma nova arma terapêutica. “Ainda há muito desconhecimento e muita vontade de perceber melhor o produto. Acredito que já houve muito mais estigma, essa barreira tem-se quebrado. A partir do momento em que é aprovado pelo Infarmed, o estigma reduz-se e tendencialmente desaparece.”

Continuando: “A maior parte dos médicos não teve um treino nas escolas de Medicina sobre canabinoides. Acredito que, acima de tudo, os colegas estão curiosos, uma vez que se trata de formulações diferentes do que estamos habituados: ou é um inalado, ou são gotas, o que gera algum desconforto do ponto de vista médico, porque não estão habituados. Esta atitude é perfeitamente legítima, porque a primeira tarefa de um profissional é proteger o seu doente.”

Mas, garante, “é um produto seguro, com evidência científica e que permite melhorar, e muito, a qualidade de vida dos doentes”.

MJG

 

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“Existe um interesse da comunidade médica em perceber as mais-valias dos canabinoides” https://saudeonline.pt/existe-um-interesse-da-comunidade-medica-em-perceber-as-mais-valias-dos-canabinoides/ Fri, 22 Mar 2024 15:10:54 +0000 https://saudeonline.pt/?p=156931 O conteúdo <i class="iconlock fa fa-lock fa-1x" aria-hidden="true" style="color:#e82d43;"></i> “Existe um interesse da comunidade médica em perceber as mais-valias dos canabinoides” aparece primeiro em Saúde Online.

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Tapentadol na gestão da dor crónica: será que já sabemos tudo? https://saudeonline.pt/tapentadol-na-gestao-da-dor-cronica-sera-que-ja-sabemos-tudo/ Thu, 30 Mar 2023 16:00:56 +0000 https://saudeonline.pt/?p=142035 O conteúdo <i class="iconlock fa fa-lock fa-1x" aria-hidden="true" style="color:#e82d43;"></i> Tapentadol na gestão da dor crónica: será que já sabemos tudo? aparece primeiro em Saúde Online.

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A liga dos últimos, ou a falácia da média https://saudeonline.pt/a-liga-dos-ultimos-ou-a-falacia-da-media/ https://saudeonline.pt/a-liga-dos-ultimos-ou-a-falacia-da-media/#respond Thu, 23 Jun 2022 04:14:50 +0000 https://saudeonline.pt/?p=132611 Especialista em Medicina Geral e Familiar

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“”Don’t worry, Marge. America’s health care system is second only to Japan, Canada, Sweden, Great Britain, well, all of Europe, but you can thank your lucky stars we don’t live in Paraguay!” – Homer Simpson

A identidade de uma população é bem avaliada pela forma como trata os mais frágeis, excluídos. Os que “não são sistema”. As minorias, os imigrantes, aqueles que por terem uma atividade diferente da média não encaixam num determinado padrão mais típico.

Em saúde, a identidade de um sistema de saúde é ilustrada, muitíssimas (demasiadas) vezes pela forma como trata o seu “cliente” médio. Por exemplo, se o cliente médio de um sistema de saúde privado é a pessoa com um seguro de saúde o sistema dá resposta na medida do custo-benefício calculado para aquele cliente tipificado. Nem mais, nem menos.

No entanto, esta avaliação é mais complexa se pretendemos avaliar um sistema de saúde universal e tendencialmente gratuito. Se a ideia é dar saúde a todos, a um país inteiro, qual é o “cliente típico”? Qual é o custo-benefício adequado tendo em conta que não se pode dar tudo a todos?

Nestes contextos evoluiu-se para uma tipificação de vários perfis: as crianças, as grávidas, os idosos, as pessoas com doença crónica, etc. E, dentro de cada um destes perfis, definiram-se padrões de sucesso na prevenção, tratamento e controlo de diversos indicadores chave.

Mas então como podemos saber se estamos a ter sucesso num determinado perfil? Habitualmente pela comparação com indicadores de outros países – mortalidade, cura, controlo, etc. E, quando se faz a análise desta comparação ouvimos frequentemente, que estamos acima ou abaixo da média europeia para um valor de mortalidade ou controlo de uma determinada doença.

E aqui começa a liga dos últimos.

Em saúde, a insistência na comparação com aqueles “que estão na média” pode ser uma falácia com resultados desastrosos no médio-longo prazo.

Um país pequeno, com recursos económicos escassos, mas com profissionais altamente qualificados na área da saúde tem que fazer benchmarking com aqueles que estão no topo. Porque, se não o fizer continuará a ser pequeno, pobre e, para além disso com uma população com uma saúde frágil.

E esta população não será capaz de competir com a que vem de países maiores, mais ricos e, estruturalmente mais saudáveis.

E aqui a resposta que se ouve habitualmente é: “não temos dinheiro para isso”.

Sobre isto apenas 2 exemplos: na Áustria o índice de controlo da Hipertensão Arterial (HTA) foi melhorado significativamente através do envolvimento das farmácias de comunidade na avaliação e controlo das pessoas com HTA; no Reino Unido foi introduzido um sistema de pay-for-performance para a melhoria do controlo da HTA, não sendo ainda possível determinar se este incremento no pagamento dos profissionais envolvidos é suficiente para melhorar significativamente os índices de controlo.

Em saúde, a comparação tem que ser com o top 5% e não com a média. É absolutamente necessário estudar as estratégias utilizadas para prevenir e controlar as grandes patologias crónicas – HTA, dor crónica, diabetes – e adaptá-las de uma forma ágil ao nosso contexto.

É absolutamente imprescindível utilizar a agilidade de sermos um país pequeno e com profissionais de qualidade para transformar as boas ideias já existentes em projetos da saúde 3R: rápidos, robustos e replicáveis.

Deixarmos de ser a média e passarmos a estar na moda: pela inovação, qualidade e capacidade transformativa.

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OPINIÃO | A complexidade e o potencial de resposta em CSP: Uma mudança inevitável https://saudeonline.pt/opiniao-a-complexidade-e-o-potencial-de-resposta-em-csp-uma-mudanca-inevitavel/ Thu, 14 Apr 2022 06:16:19 +0000 https://saudeonline.pt/?p=130613 O conteúdo <i class="iconlock fa fa-lock fa-1x" aria-hidden="true" style="color:#e82d43;"></i> OPINIÃO | A complexidade e o potencial de resposta em CSP: Uma mudança inevitável aparece primeiro em Saúde Online.

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