2 Fev, 2017

Zika: Angola com primeiro caso de bebé com microcefalia provocado pelo vírus

Angola registou esta semana o primeiro caso de um bebé com microcefalia provocado pelo Zika, elevando para três o número de pacientes detetados com aquele vírus, revelaram as autoridade de saúde angolanas

“É um caso de um bebé que nasceu com microcefalia. O teste da mãe deu positivo, é a informação que temos até ao momento”, explicou Hernando Agudelo, referindo-se ao caso de um mulher, nacionalidade angolana, que deu à luz numa maternidade do Bengo, província vizinha de Luanda.

A confirmação laboratorial, entretanto comunicada à OMS, foi feita na segunda-feira, elevando para três o número de pessoas que desde dezembro foram infetados pelo Zika em Angola, dois cidadãos nacionais e um estrangeiro.

“Se há já há um caso de microcefalia relacionada com o Zika, quer dizer que vírus está a circular em Angola há nove meses ou mais”, apontou o representante em Luanda daquela organização das Nações Unidas.

Há exatamente um ano a OMS decretou que o vírus Zika, ligado a anormalidades cerebrais graves em crianças, representava uma “emergência de saúde pública de alcance global”, estado que foi retirado a 18 de novembro, após a “resposta global” à doença.

O Governo angolano aprovou a 24 de janeiro, em reunião da comissão para a política social do Conselho de Ministros, um plano de contingência para a prevenção e controlo do vírus Zika, cujo mosquito é transmissor de outras doenças, como a febre-amarela, epidemia que afetou igualmente o país, com milhares de casos, em 2016.

“Estamos neste momento a fazer estudos e investigações epidemiológicas e laboratoriais para conhecermos a verdadeira magnitude do problema. Pensamos que o vírus do Zika já circula no nosso país e precisamos de conhecer melhor a situação e tomar as medidas de prevenção de imediato”, disse na ocasião o ministro da Saúde, Luís Gomes Sambo.

A presente época das chuvas, que se prolonga até maio, propícia à reprodução do mosquito ‘Aedes aegypti’, transmissor da doença, através da picada, é motivo de preocupação para a OMS.

“É possível que apareçam mais casos agora, sim. O mosquito vetor está no país, é o mesmo mosquito que nos trouxe a febre-amarela no ano passado. E agora está a chover e volta o mosquito, que é o mesmo que transmite o dengue, o chikungunya, etc”, observou Hernando Agudelo.

Tal como sucedeu há um ano, com o pico da epidemia de febre-amarela em Luanda, que alastrou depois a todo o país, a OMS volta a apelar aos cuidados redobrados da população com vista a travar a propagação do mosquito, nomeadamente com águas paradas dentro e fora das casas.

O vírus Zika afetou principalmente o Brasil e é transmitido também através de relações sexuais.

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