Utentes protestam contra falta de médicos no centro de saúde de Rio de Mouro, Sintra

Utentes do centro de saúde de Rio de Mouro concentraram-se, hoje de manhã, numa vigília junto desta unidade do concelho de Sintra para protestar contra a falta de médicos, que obriga a esperas demoradas para ter consultas

“O centro de saúde tem perto de 23.715 inscritos e cerca de 49% dos utentes não têm médico de família”, afirmou à Lusa Paula Borges, da Comissão de Utentes da Saúde do Concelho de Sintra (CUSCS), acrescentando que as pessoas são obrigadas a deslocar-se “muito cedo para marcar consulta, esperando à chuva e ao frio”.

Elementos da CUSCS juntaram-se, a partir das 07:00, às dezenas de pessoas que durante a manhã esperavam junto ao edifício do centro de saúde Dr. Joaquim Paulino, em Rio de Mouro.

“A primeira pessoa da fila chegou às cinco da manhã, para garantir o lugar para ter uma consulta”, contou Paula Borges, estimando que cerca de 13.000 utentes inscritos na unidade não tenham médico de família.

A porta-voz da comissão explicou que o centro de saúde tinha seis médicos de família, que já não abrangiam todos os utentes, e que entretanto foram transferidos para outras unidades, sem que antes fossem substituídos.

Após uma reunião com os responsáveis pelo centro de saúde, Paula Borges adiantou ter sido informada que “já vieram mais cinco médicos”, comentando que “deve ter sido nos últimos dias, porque na semana passada estavam menos” ao serviço.

“Vão abrir mais uma unidade de saúde familiar, para juntar à que já existe, mas mesmo com a nova unidade não vai haver uma cobertura total dos utentes”, lamentou.

Durante a vigília, que decorreu até às 09:30, sob vigilância policial, elementos da CUCS empunhavam cartazes apregoando: “A saúde é um direito, queremos os médicos e enfermeiros em falta” e “Exigimos um hospital público”.

“Isto é um problema transversal a todos os centros de saúde do concelho de Sintra. Segundo estimativas de junho teríamos perto de 94.000 utentes sem médico de família e estariam em falta 46 médicos, 32 enfermeiros e 77 assistentes técnicos de saúde”, frisou Paula Borges.

A comissão de utentes continua a reivindicar “a construção de um hospital público no concelho”, porque o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) foi projetado para servir cerca de 300.000 utentes e só o município de Sintra possui 400.000 habitantes.

Para a CUCS, o projeto em negociações entre o Ministério da Saúde e a autarquia, para a construção de um polo hospitalar em Sintra, ligado ao Amadora-Sintra, com alargamento do atendimento do Hospital de Cascais a parte do município, “não resolve as carências” no concelho.

LUSA/SO

 

 

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