USF apresentam melhor performance na prestação de cuidados e poupam recursos financeiros ao Estado

Pela voz de Julian Perelman, investigador principal, confirmou-se uma vez mais que as USF, principalmente as de modelo B, geram mais ganhos em saúde e reduzem a respetiva despesa pública. Ao mesmo tempo, confirmou-se que existe neste modelo uma maior vigilância dos seus utentes

No passado dia 20 foram apresentados, na sede da Ordem dos Médicos, os dados preliminares do “Estudo dos Custos e Consequências das Unidades de Saúde Familiar (USF) na perspetiva da reforma dos cuidados de saúde primários (CSP) do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, um estudo adjudicado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) à Escola Nacional de Saúde Pública.

O estudo demonstra ainda que as USF de modelo B melhoram gradualmente a sua despesa com medicamentos faturados por paciente do SNS (baseado no PVP), na medida em que ao longo dos anos se verifica uma redução da mesma, bem como na prescrição de meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT). Em comparação com as Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP), foi apurada uma poupança potencial com medicação em cerca de 105 milhões euros e de 16 milhões com MCDT.

A investigação analisou dados produzidos entre 2013 e 2015, em relação ao impacto nas urgências hospitalares, bem como de 2010 a 2015 de todos os indicadores contratualizados a nível nacional: controlo hipertensão e diabetes, rastreio do cancro (mama, colo do útero, cólon), vigilância de recém-nascidos, despesas com medicamentos e MCDT, entre outros (12 indicadores no total).

Além disso, este estudo veio pela primeira vez provar que o modelo USF reduz as idas ao serviço de urgência hospitalar em 6%. Se houvesse um alargamento do modelo USF a toda a população, existiriam menos 360 mil episódios de urgência em Portugal, o que se traduzia em cerca de 30 milhões de euros de poupança no Orçamento de Estado.

“Perante mais estes resultados, é mandatário que o atual Ministério da Saúde reveja a sua posição e proponha ao Governo acabar em 2018 com as quotas para as USF de modelo B, criando-se assim condições para se evoluir para a cobertura nacional em USF”, referiu em comunicado oficial a Direção da Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar (USF-AN).

APMGF/SO/CS

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