28 Fev, 2018

Sobrelotação e falta de camas leva à demissão de três diretores hospitalares em Faro

Sindicato dos Médicos afirma que os diretores pedirem a demissão devido à sobrelotação de doentes e à alegada pressão, por parte da administração, os médicos darem altas precoces. Administração do Centro Hospitalar do Algarve nega pressões.

Os diretores dos três serviços de Medicina do Hospital de Faro estão demissionários devido à falta de resposta para a sobrelotação de doentes e à alegada pressão para altas precoces, denunciou esta quarta-feira o Sindicato dos Médicos.

Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médico (Sim), Jorge Paulo Roque da Cunha, disse que os três diretores dos serviços de Medicina do hospital do Algarve (Faro) pediram a demissão.

Segundo Roque da Cunha, aqueles serviços do hospital deparam-se com uma sobrelotação de doentes e com dificuldades de internamento.

O SIM refere que a administração do hospital tentou pressionar os serviços para que dessem altas antecipadas a doentes.

“É uma atitude irresponsável. Apelo a que o Ministério da Saúde invista no hospital do Algarve, invista nos serviços e os dote dos recursos humanos necessários”, afirmou Roque da Cunha à Lusa.

O secretário-geral do Sim voltou ainda a lamentar os atrasos na abertura de concurso para cerca de 700 recém-especialistas hospitalares que concluíram o internato há mais de 10 meses.

A agência Lusa contactou o Hospital de Faro, ficando a aguardar uma declaração.

Entretanto, a administração do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) negou ter pedido aos três diretores demissionários dos serviços de Medicina Interna que “adotassem qualquer medida que colocasse em causa as boas práticas clínicas”.

Em comunicado, a administração do CHUA confirmou ter tido uma reunião interna com os diretores demissionários, mas negou ter-lhes pedido “que adotassem qualquer medida que colocasse em causa as boas praticas clínicas, tendo única e exclusivamente sido solicitada uma colaboração ativa e conjunta na procura de soluções”.

Segundo o CHUA, a reunião visou debater “assuntos internos decorrentes de um acréscimo da procura de cuidados, especialmente no período de atividade gripal”, procurando, “através de uma atitude construtiva e do envolvimento”, encontrar soluções que “visassem mitigar os efeitos do aumento da procura de cuidados hospitalares”.

Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do SIM, Jorge Paulo Roque da Cunha, disse na terça-feira que o hospital tentou pressionar os serviços para dar altas antecipadas, o que o sindicato considerou “irresponsável”.

O Conselho de Administração do CHUA está agora a analisar os pedidos de demissão.

LUSA/SO

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