27 Jan, 2017

Sintra detetou infestação da “lagarta do pinheiro” em pelo menos oito escolas

A Câmara de Sintra informou que foi alertada para infestações da chamada “lagarta do pinheiro” em árvores no recinto de seis escolas a cargo do município

A praga da “processionária do pinheiro” foi identificada em pelo menos oito estabelecimentos de ensino do concelho de Sintra, decorrendo intervenções para erradicar a infestação desta lagarta que ameaça a saúde pública, anunciou hoje a autarquia.

A Câmara de Sintra informou que foi alertada para infestações da chamada “lagarta do pinheiro” em árvores no recinto de seis escolas a cargo do município, no exterior de um estabelecimento e em outros dois que dependem do Ministério da Educação.

A primeira situação foi detetada a 13 de janeiro, no Jardim de Infância (JI) Cacém nº1, obrigando a interditar parte do recreio para evitar eventuais reações alérgicas nas crianças, por efeito do contacto com pelos urticantes dos bichos espalhados pelo ar.

Os serviços municipais foram posteriormente alertados para infestações no JI Palmeiros (Pêro Pinheiro) e Escola Básica (EB) de Cabra Figa (a 18 janeiro), EB Massamá (23 janeiro), EB Ferreira de Castro, EB Quinta da Fidalga (no exterior) e EB Massamá nº2 (25 janeiro).

Após se deslocarem ao local, os técnicos camarários avaliaram as situações e os meios necessários para as intervenções, que se iniciaram na quarta-feira e decorrem até à próxima semana.

A autarquia esclareceu que, no caso do JI Cacém nº 1, os técnicos municipais e da empresa responsável pela desinfestação verificaram que, devido à localização dos ninhos da processionária, era “preciso utilizar meios de acesso mecânico”, como plataformas elevatórias e gruas.

“As condições atmosféricas, muita chuva e vento, não permitiram a realização total da intervenção, uma vez que é realizada com pulverização, a qual seria ineficaz”, explicou hoje à Lusa uma fonte oficial da autarquia, acrescentando que foram “colocadas cintas de captura à volta dos trincos dos pinheiros (fitas com cola)” e que, na sexta-feira, será concluída a pulverização e retirada dos ninhos.

O problema também foi detetado nas EB D. Pedro IV (Queluz) e Escola Secundária (ES) Stuart Carvalhais (Massamá), que não dependem do município, mas as direções executivas já “têm indicação da Dgeste [Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares] para proceder a uma aquisição de serviços”, adiantou a autarquia.

A processionária, conhecida como “lagarta do pinheiro”, é um inseto que ataca pinheiros e cedros, provocando danos nas árvores e que ameaça a saúde pública, quando ocorre perto de locais habitados ou frequentados por pessoas e animais domésticos.

Segundo a autarquia, este tipo de infestações não costuma ocorrer “nesta altura do ano”, situação que “pode ser eventualmente favorecida pelas atuais condições atmosféricas”.

“Porque é de uma questão de saúde pública que se trata, estranha-se que a celeridade indispensável à situação não tenha sido observada, quando mais de sete dias úteis se viram transcorridos desde o alerta feito pela direção” do JI Cacém nº1, criticou, em comunicado, o movimento independente Sintrenses com Marco Almeida (SCMA).

Para o SCMA também “se estranha mais ainda que não tenha sido garantida uma inspeção prévia e a sua monitorização antes da sua manifestação efetiva – procedimento que poderia e deveria encontrar-se planificado”.

A mesma fonte oficial da autarquia recusou as críticas, assegurando que a câmara “tem ao longo dos anos mantido sempre o mesmo procedimento no que diz respeito a estas infestações: depois do alerta é realizado o diagnóstico, com identificação das necessidades técnicas de cada intervenção e, posteriormente, são acionados os meios para a sua debelação”.

LUSA/SO

 

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