21 Mar, 2017

Serviço Regional dos Açores precisa de enfermeiros

A secção regional dos Açores da Ordem dos Enfermeiros estima que o Serviço Regional de Saúde necessite de mais 291 profissionais, tendo as principais carências sido identificadas nos centros de saúde

“De acordo com os nossos cálculos, a região está, neste momento, com uma carência de 291 enfermeiros. Estes números justificam-se essencialmente pela aplicação da norma de cálculo da dotação segura de enfermeiros e é para um número ótimo de enfermeiros na região”, adiantou o presidente da secção regional da Ordem dos Enfermeiros.

Luís Furtado falava, em declarações aos jornalistas, à saída de uma reunião com o secretário regional da Saúde, Rui Luís, em Angra do Heroísmo.

O pedido de levantamento das necessidades de enfermeiros nos Açores foi feito pela tutela na anterior legislatura, em meados de 2015, mas só agora o processo foi concluído.

Segundo Luís Furtado, a carência de enfermeiros é mais evidente na prestação de cuidados de saúde primários e varia de ilha para ilha.

“Há ilhas mais carenciadas do que outras. Nos cuidados de saúde primários estamos a falar de uma carência de 33% aproximadamente, nos cuidados hospitalares à volta dos 11%”, frisou, acrescentando que a situação da ilha de Santa Maria é a que mais preocupa.

O presidente da Ordem dos Enfermeiros considerou que a dotação de enfermeiros deve ser feita de forma progressiva, permitindo que a região tenha mão de obra qualificada para dar respostas às necessidades identificadas.

“Se for um processo progressivo ao longo dos próximos dois, três anos, naturalmente que com a drenagem de enfermeiros das escolas de enfermagem da região, juntamente com aqueles que estão atualmente no desemprego ou em condições precárias, teremos certamente mão de obra necessária para guarnecer o nosso Serviço Regional de Saúde”, frisou.

O secretário regional da Saúde comprometeu-se a analisar os números entregues pela Ordem dos Enfermeiros e a dar prioridade às situações mais urgentes.

“Foi esse o nosso compromisso, de olharmos para essa realidade e para o levantamento feito e tentarmos ver ao longo deste ano o que é que conseguimos fazer relativamente às situações de maior urgência”, salientou.

Segundo Rui Luís, é preciso conjugar as necessidades identificadas com a revisão da aplicação do horário semanal dos enfermeiros com contrato individual de trabalho, que ainda trabalham 40 horas semanais.

“Esta situação conjugada com as urgências não poderá ser feita em simultâneo, porque senão não haveria enfermeiros para dotar o Serviço Regional de Saúde”, alertou.

O secretário regional da Saúde disse que a carência de enfermeiros deverá ser resolvida num prazo de quatro a cinco anos, acrescentando que a reorganização do Serviço Regional de Saúde também deverá “mitigar algumas destas necessidades”.

“O problema da saúde nos Açores não se resolve só com questões financeiras, uma melhor organização do Serviço Regional de Saúde irá torná-lo mais eficiente”, sublinhou.

De acordo com Rui Luís, a dotação financeira para as novas contratações pode passar pela substituição de horas extraordinárias por trabalho efetivo.

LUSA/SO

 

Gedeon Richter

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