29 Dez, 2016

Saúde quer contratar 349 médicos para os hospitais EPE

Ministério abre concurso "urgente" para contratar 349 médicos. Ordem manifesta satisfação com a medida. SIM diz-se pessimista tendo em conta concursos anteriores

Não se trata de mais um concurso como tantos outros que amiúde vão sendo abertos pelo Ministério da Saúde para contratar médicos para o SNS. É um concurso urgente, para o qual os médicos interessados têm apenas cinco dias para apresentarem as suas candidaturas e abrande todo o território nacional.

Uma urgência justificada pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), com a necessidade de  colmatar, “com a maior brevidade possível, as necessidades mais prioritárias dos serviços e estabelecimentos”.

Publicado em Diário da República a 26 de dezembro, o “aviso” determina a abertura de um procedimento concursal nacional para o preenchimento de 349 postos de trabalho para a categoria de assistente, das áreas hospitalar e saúde pública, da carreira especial médica e carreira médica dos estabelecimentos de saúde com natureza jurídica de entidade pública empresarial (EPE), integrados no Serviço Nacional de Saúde.

A urgência posta no processo levou mesmo à decisão de se excluir do processo o a habitual audiência dos interessados, “podendo, desde logo, ser interposto recurso administrativo”.

As especialidades com maior número de vagas a concurso são a Medicina Interna (49), Pediatria Médica (41) e Anestesiologia (27).

A urgência posta no processo a que se junta a reposição do valor das horas extraordinárias pagas aos médicos prevista no orçamento para 2017 agrada à Ordem dos Médicos, tendo o Bastonário, José Manuel Silva manifestado o seu agrado, considerando que a rapidez invulgar do actual concurso “é um elemento positivo”, que poderá contribuir para uma maior adesão. Para José Manuel Silva, o processo de contratação agora iniciado consubstancia um momento de viragem, que juntamente com a reposição do valor das horas extraordinárias pagas aos médicos prevista para 2017 “irá resolver muitos dos constrangimentos existentes tanto nos serviços, como nas urgências”, ao mesmo tempo que resolve o “excesso” de formação de novos médicos que segundo ele hoje se verifica, através da contratação e fixação desses  clínicos no Serviço Nacional de Saúde de modo a resolver o problema da disponibilidade de horas de trabalho médico”.

Uma opinião que não é partilhada por Jorge Roque da Cunha, Secretário Geral do Sindicato Independente do Médicos, que em declarações ao jornal “Público” afirmou estar  “bastante pessimista” quanto aos resultados de mais este concurso, tendo em conta a experiência do passado: “Nos concursos que têm vindo a realizar-se nos últimos anos, cerca de 20% das vagas ficam por preencher”, concretizou. Algo que segundo o dirigente sindical poderá repetir-se no actual processo, já que, justifica,  “o Ministério da Saúde não tem feito nada” para atrair os médicos para o SNS.

Pesem as dúvidas, Roque da Cunha considera que a rapidez invulgar do actual concurso “é um elemento positivo”, que poderá contribuir para uma maior adesão.

Público/SO/ACSS

 

 

Print Friendly, PDF & Email
ler mais
Print Friendly, PDF & Email
ler mais