7 Dez, 2016

Psiquiatria do Hospital de Santarém abre “oficinas artísticas” para combater o estigma

O Serviço de Psiquiatria do Hospital de Santarém apresentou hoje um projeto de criação de “oficinas artísticas” destinadas a pessoas com doença mental, que visa desenvolver competências e combater o estigma e o preconceito

O projeto “INcluir – OficINas para todos e para cada um”, com financiamento da Fundação EDP no âmbito do programa EDP Solidária – Inclusão Social 2016 e o apoio de parceiros locais, vai ser desenvolvido em espaços da comunidade, como o Convento de S. Francisco, onde funcionam as oficinas destinadas à criação artísticas e decorrerão ações nas quais a população é convidada a participar.

“As pessoas com doença mental estão em situação de carência, exclusão social e são com frequência confrontadas com o estigma e o preconceito, aumentando a exclusão social, afetando os aspetos familiares, laborais, sociais, afetivos e relacionais”, refere uma nota do Hospital Distrital de Santarém (HDS).

Lembrando que o “Diagnóstico Social” do município de Santarém, elaborado pelo Conselho Local de Ação Social, identifica este como um dos problemas do território municipal sobre os quais é necessário atuar, o HDS afirma que o projeto, da responsabilidade do seu Serviço de Psiquiatria, visa “proporcionar um ambiente de criatividade, partilha e crescimento pessoal, mediado pela arte, através da aquisição de competências técnicas da pintura, escultura e desenho”.

As oficinas, que começaram a funcionar no início do mês, têm a colaboração do artista plástico João Ferreira e de outros artistas instalados na Incubadora de Artes criada pela Câmara de Santarém, disse à Lusa Carla Ferreira, enfermeira da equipa do Serviço de Psiquiatria do HDS.

O espaço, no interior do Convento de S. Francisco, abre duas vezes por semana, num total de quatro horas semanais, estando atualmente a ser frequentado por 15 pessoas (utentes do HDS e referenciadas por outras instituições, como a Santa Casa da Misericórdia ou os Serviços Sociais do município).

Seguir-se-á, daqui a seis meses, um outro grupo.

Carla Ferreira disse que o projeto surge na sequência de um trabalho que vem sendo realizado ao longo dos últimos anos e que procura, além da desenvolvimento de competências, a inserção e a redução do estigma e do preconceito, de que é exemplo a loja social, aberta este ano como ferramenta para a integração.

O projeto inclui aulas fora do espaço das oficinas, a realizar a 20 de fevereiro, 17 de março (durante as festas da cidade) e 06 de maio em espaços públicos da cidade, como poderá vir a acontecer no Largo do Seminário ou na escola secundária Ginestal Machado, onde funcionam cursos de artes, e para as quais são convidados “todos os cidadãos”.

Por outro lado, inclui momentos de exposição dos trabalhos, a criação de uma escultura que ficará em permanência num espaço público da cidade, a organização das I Jornadas “Arte & Inclusão” e, no final, a publicação de um livro de banda desenhada elaborado por todos os participantes.

Como o financiamento da Fundação EDP assegura o funcionamento do projeto apenas durante um ano, o Serviço de Psiquiatria do HDS quer que as verbas que venham a ser obtidas em algumas destas iniciativas assegurem a continuidade do projeto nos anos seguintes.

Além da Câmara de Santarém, o projeto conta com as parcerias do Instituto Politécnico de Santarém (Escolas Superiores de Saúde e de Gestão), da Santa Casa da Misericórdia, do Centro Cultural Regional e de várias empresas do concelho.

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