Projeto-piloto sobre doenças respiratórias crónicas no Alentejo

O “Projeto-Piloto das Espirometrias nos Cuidados de Saúde Primários” é da responsabilidade da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, através do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Alentejo Central

O diagnóstico precoce e a monitorização da doença pulmonar obstrutiva crónica e da asma são os objetivos de um projeto-piloto, envolvendo uma unidade móvel, em curso nos centros e extensões de Saúde do distrito de Évora.

A iniciativa consiste na realização de espirometrias (exame à função respiratória) para efeitos de diagnóstico e monitorização de utentes, principalmente aqueles que têm doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e asma brônquica.

A diretora executiva do ACES Alentejo Central, Laurência Gemito, realçou que “as doenças respiratórias crónicas são, atualmente, uma importante causa de morte em Portugal, sobretudo de mortalidade intra-hospitalar”.

“E a DPOC e a asma são as doenças crónicas mais relevantes. Daí, a nossa aposta, com este projeto, no diagnóstico precoce, através de rastreios, e na monitorização”, acrescentou.

O diagnóstico precoce destas patologias, nos cuidados de saúde primários, explicou a ARS, “permite melhorar a qualidade de vida dos utentes, reduzir a frequência e o impacto de exacerbações, bem como a mortalidade e morbilidade associadas a estas doenças”.

O projeto em curso, desde outubro, nos 14 concelhos do distrito de Évora, integrados no ACES Alentejo Central, pretende, precisamente, dar resposta às requisições dos médicos de família para a realização das espirometrias que permitam um diagnóstico atempado destas doenças.

“Este rastreio, no caso do ACES, era feito no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE)”, mas esta unidade “não tinha capacidade para dar resposta ao número de requisições dos médicos de família”, explicou Laurência Gemito.

Como já havia “à volta de 300 pedidos atrasados” e “atendendo à importância destas doenças crónicas na mortalidade e morbilidade da população”, o ACES avançou com o projeto-piloto, para “ir ao encontro dos utentes”, e equipou a unidade móvel que já possuía e contratou uma técnica cardiopneumologista.

“A unidade móvel vai a todos os centros e extensões de Saúde. Assim, os exames são realizados mais rapidamente e os utentes não têm de se deslocar”, o que, numa região como o Alentejo, “com uma área muito extensa e uma população envelhecida, muito dispersa e com poucos recursos económicos”, faz “toda a diferença”, frisou a diretora executiva do ACES.

O projeto, concebido “nestes moldes, com uma unidade móvel a deslocar-se até aos utentes, e com esta dimensão, é inovador a nível nacional”, sublinhou Laurência Gemito.

Até final de janeiro, foram efetuadas 221 espirometrias. “A maioria dos utentes (148) não tinha alterações do padrão ventilatório, mas foram verificadas alterações em 70 pessoas”, sendo ainda inconclusivos três dos exames, referiu a diretora.

“O médico de família recebe o resultado da espirometria e, então, decide se envia o utente para uma consulta de especialidade ou qual a terapêutica mais indicada”, explicou, revelando que o ACES, satisfeito pelos resultados do projeto, já está “a adquirir mais equipamentos” para o alargar.

LUSA/SO

 

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