Portugal quer estar à frente na luta contra a Mutilação Genital Feminina

Portugal organiza esta hoje, na sede da ONU em Nova Iorque, um evento de alto nível sobre Mutilação Genital Feminina (MGF), que posiciona o país na linha da frente contra esta prática

“Queremos ser um país referência quando se fala do combate à Mutilação Genital Feminina no mundo. Queremos ser um país que faz pontes e parcerias, não só com a Guiné-Bissau, mas também outros países africanos, como a República da Guiné, a Guiné Conacri, o Burkina Faso, e que tenta construir pontes para que o trabalho que fazemos possa chegar a estes países”, explicou a secretária de Estado para Cidadania e Igualdade, Catarina Marcelino.

Além da secretária de Estado, o evento conta com a participação da apresentadora de televisão Catarina Furtado, embaixadora da boa-vontade do Fundo de População das Nações Unidas, e tem o tema “Let’s be the generation that eliminates FGM once and for all” (Vamos ser a geração que elimina a mutilação genital feminina de uma vez por todas).

“Apesar de sermos um país que não tem esta prática, acabamos por estar na linha da frente na defesa destas mulheres e raparigas porque temos comunidades que têm culturalmente esta realidade. Com este evento, queremos fazer uma troca de boas práticas e um trabalho concertado”, explicou a secretária de Estado.

O evento é organizado em colaboração com o Fundo de População das Nações Unidas e o Fundo das Nações Unidas para crianças (UNICEF) e acontece no âmbito da na 61.ª sessão da comissão para Estatuto da Mulher (CSW), constituindo um dos grandes eventos realizados à margem do encontro.

O primeiro painel da conferência será moderado pelo diretor-executivo do Fundo de População das Nações Unidas, Babatunde Osotimehin, e contará com um discurso de Catarina Marcelino.

Na discussão também irão participar a primeira-dama do Burkina Faso, Adjoavi Sika Kaboré, a embaixadora da Grécia junto da ONU, Mara Marinaki, a ministra das mulheres e crianças da Guiné, Sanaba Kaba Camara, o ministro do comércio e emprego da Gâmbia, Isatou Touray, e a secretária de estado da Noruega, Laila Bokhari.

O segundo painel será moderado por Catarina Furtado e terá uma intervenção da vice-diretora da Fundo das Nações Unidas para crianças, Fatoumata Ndiaye.

O segundo painel terá ainda os contributos da especialista italiana da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres Bianca Pomeranzi, da presidente do comité de eliminação de más praticas de saúde em mulheres e crianças da Guiné-Bissau, Fatumata Djau Baldé, os ativistas Gabriel Ademeyo e Fatima Porgho e a diretora do Comité Africano contra Práticas Nocivas, Morissanda Kouyate,

A 61.ª sessão da comissão para Estatuto da Mulher (CSW) teve inicio na segunda-feira, com uma intervenção do secretário-geral, António Guterres, e o seu tema prioritário é o empoderamento das mulheres num mercado de trabalho em mudança.

LUSA/SO

 

Gedeon Richter

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