22 Nov, 2016

Ordem pede demissão do enfermeiro diretor do hospital de Évora por assédio moral

A Ordem dos Enfermeiros pediu a demissão do enfermeiro diretor do Hospital de Évora, José Chora, por alegado assédio moral aos profissionais da unidade, admitindo avançar com uma participação criminal.

O pedido de demissão do responsável e a possível participação criminal foram divulgados em comunicado publicado na página da Internet da Ordem dos Enfermeiros (OE), no qual revela que já notificou o conselho de administração do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) da sua posição.

Contactada pela agência Lusa, a bastonária da OE, Ana Rita Cavaco, justificou o pedido de demissão por a Ordem ter recebido “muitas exposições por escrito sobre a atuação do enfermeiro diretor” do HESE, que “configura [a prática de] mobbing”.

“O hospital de Évora tem sido um foco de atenção muito grande por parte da Ordem, porque temos um número elevado de exposições e foi um dos primeiros que visitámos”, mas, “quase seis meses depois, continua tudo na mesma ou pior”, referiu.

Em termos gerais, a bastonária relatou que faltam 30 mil enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que muitos dos que lá trabalham “são ameaçados, coagidos ou obrigados a trabalhar mais horas para além daquilo que é legal”.

A responsável frisou que o assédio moral (mobbing) “interfere muito na produtividade” em qualquer área profissional, mas alertou que, no caso dos hospitais, “traduz-se em falhas de segurança graves nos cuidados prestados aos doentes”.

A OE “não pode permitir ter nas direções enfermeiros que potenciem estas situações”, realçou, indicando que, nas exposições que chegaram à Ordem, os profissionais relacionaram o elevado número de baixas médicas com a atuação do enfermeiro diretor.

“As pessoas estão já num estado de exaustão tal e incapazes de responder àquilo que são as suas atribuições, que é cuidar dos doentes em segurança, que acabam por desistir e ir para casa porque efetivamente têm motivos para o fazer”, assinalou.

A Lusa contactar a presidente do conselho de administração do HESE, Filomena Mendes, mas não obteve uma resposta em tempo útil.

SO/LUSA

 

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