4 Dez, 2017

OMS chama “todos” a combater na luta contra a SIDA

“Todos contam, se queremos alcançar uma cobertura universal de saúde, e todos devem contar se queremos eliminar a Sida e a hepatite, como principais ameaças à saúde pública", disse o diretor-geral da OMS, o médico Tedros Adhanom Ghebreyesu.

“Os serviços de saúde devem adaptar-se para atender às necessidades das populações mais expostas e afetadas, o que inclui uma política de tolerância zero para o estigma e a discriminação, em todos os serviços de saúde”, disse.

Na mesma declaração, o médico questiona “como é possível que, depois de décadas de reconhecimento do papel fundamental das comunidades na condução das respostas ao VIH, homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, pessoas transgénero, toxicodependentes e reclusos, que representavam 40% das infeções em 2016, ainda encontrem obstáculos no acesso aos serviços de saúde mais básicos”.

Também as mulheres jovens, os adolescentes, os imigrantes e as pessoas deslocadas são particularmente vulneráveis, acrescentou.

Tedros Adhanom Ghebreyesu reconheceu, contudo, que “um longo caminho foi percorrido nos últimos 30 anos”, já que, “hoje em dia existem 21 milhões de pessoas a receber tratamento antirretroviral, contra a doença, que lhes permite viver uma vida plena e produtiva”.

“Todos os dias há menos pessoas infetadas pelo VIH e também há menos mortes, mas esses sucessos escondem as muitas disparidades e desafios que permanecem”, alertou.

De acordo com o relatório “Blind Spot” publicado hoje pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre VIH e Sida (ONUSIDA), menos de 50% dos homens seropositivos estão em tratamento, face aos 60% de mulheres. Além disso, os homens têm menos probabilidade de aceder ao tratamento contra o VIH e têm um maior risco de morrer por doenças relacionadas com a Sida, uma vez que representaram 58% do milhão de mortes associadas à doença, em 2016.

Em todo o mundo, 36,7 milhões de pessoas vivem com VIH, dos quais 20,9 milhões tiveram acesso a terapia antirretroviral em meados de 2017, quatro vezes mais do que em 2000 e 1,2 mais do que em 2015.

Os estudos também revelam que os homens são mais propensos do que as mulheres a iniciar o tratamento tardiamente, a interromperem-no e a estarem inacessíveis na altura de fazer o acompanhamento terapêutico.

“A resposta ao VIH desempenhou um papel fundamental na transformação da saúde pública e, por sua vez, influenciou a agenda universal de cobertura de saúde”, concluiu o Diretor-Geral da OMS.

LUSA/SO

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