10 Fev, 2017

Observatório Português dos Cuidados Paliativos defende plano estratégico centrado no doente

"É uma questão de formação e de alteração da forma de trabalhar", frisou o coordenador do Observatório Português, que criticou a "obstinação terapêutica" quando os doentes estão já numa fase terminal

O coordenador do Observatório Português dos Cuidados Paliativos, Manuel Luís Capelas, defende que é preciso um plano estratégico mais centrado nas necessidades do doente e não em questões administrativas.

“Precisamos de um plano estratégico centrado nas pessoas e não em questões administrativas, como saber as taxas de ocupação de camas e permanência médica nos serviços, que não são medidores de qualidade”, disse o responsável à agência Lusa, à propósito do congresso ‘Enfermagem em Cuidados Paliativos’, que decorre hoje em Coimbra.

Manuel Luís Capelas falará ainda sobre “Novos desafios para os cuidados paliativos em Portugal. Reforma dos Cuidados Paliativos no SNS”, numa mesa redonda que discutirá os “Cuidados Paliativos em Portugal: passado, presente e futuro”.

Segundo o coordenador do Observatório Português, existem em Portugal três tipos de rede de cuidados paliativos, que deviam integrar o mesmo sistema de referência “centrado nas necessidades do doente”. O especialista defende que os cuidados paliativos devem atuar o mais precoce possível para que “possam ir de encontro ao doente, porque muitos deles nem precisam de estar hospitalizados”.

“É também necessário fazer uma monitorização do número de doentes acompanhados por equipas de cuidados paliativos, que mostre à sociedade os impactos que têm junto dos doentes, porque há dificuldade em medir o seu impacto na melhoria da qualidade de vida do doente”, sublinhou.

De acordo com um estudo realizado em 2015, citado por Manuel Luís Capelas, 90% dos doentes com prognóstico de vida inferior a 15 dias não estão referenciados para cuidados paliativos, porque os médicos ainda têm uma perspetiva de cura.

Para o coordenador do Observatório Português, terá de haver “maior capacidade dos profissionais de saúde para saberem sinalizar situações e referenciar doentes para as equipas certas”.

LUSA/SO

 

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