25 Out, 2017

Observatório Europeu da Droga lança novo guia para profissionais

Criado pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA), “Respostas sanitárias e sociais aos problemas relacionados com as drogas: um guia europeu” responde a problemas e sugere medidas de intervenção.

O guia, “Respostas sanitárias e sociais aos problemas relacionados com as drogas: um guia europeu”, é baseado nas análises de 30 países e explica por exemplo como dar resposta a problemas de consumo de heroína por parte de pessoas com mais idade, como abordar mortes provocadas por drogas potentes, ou como evitar danos causados por consumos de droga e álcool em festivais e bares.

Em comunicado, o Observatório explica que o guia foi concebido para ajudar quem aborda os problemas da droga na perspetiva do planeamento da saúde pública, como os técnicos e profissionais de saúde. O novo guia “proporciona orientações práticas a fim de permitir conceber, orientar e concretizar de forma mais eficaz as respostas no domínio da droga, fornecendo os elementos de base para o desenvolvimento e a boa execução das intervenções”, explica o Observatório no comunicado.

Nas palavras de Alexis Goosdeel, diretor do Observatório citado no documento, o guia analisa alguns dos principais desafios atuais em matéria de saúde pública no que respeita às drogas e “proporciona um roteiro para as várias fases de conceção, orientação e concretização de respostas eficazes”.

Ainda segundo o comunicado, o guia aborda os problemas associados a diferentes tipos de droga e padrões de consumo, a necessidades de grupos diferentes (mulheres, migrantes ou jovens, por exemplo), e a problemas em diferentes cenários (prisões, festivais ou escolas, por exemplo).

E porque os problemas relacionados com as drogas estão frequentemente associados a outros, sanitários e sociais, o guia salienta a importância da criação de parecerias com serviços de outras áreas, e dá exemplos de “uma variedade de abordagens colaborativas na Europa”, das prisões aos donos de bares, da polícia aos serviços de emergência e às autarquias.

Por outro lado, se a internet, as redes sociais e as novas tecnologias estão a mudar a forma de comprar drogas, são também ferramentas que devem ser usadas “para apoiar uma melhor execução das iniciativas em matéria de prevenção, tratamento e redução de danos”, diz o guia.

Nele analisa-se ainda os progressos realizados até agora em matéria de prevenção e redução de danos, a ligação droga-hepatite C, as mortes por “overdose”, o aparecimento rápido de novas substâncias psicoativas, as mudanças de políticas em relação à canábis, ou mesmo a vulnerabilidade dos migrantes em matéria de drogas.

“O presente guia é, até ao momento, a nossa primeira e mais ambiciosa tentativa de reunir informação de uma forma acessível sobre as respostas disponíveis nas áreas sociais e de saúde relacionadas com o consumo de drogas na Europa. Ao realçar as lacunas no conhecimento e nas práticas, bem como as oportunidades de melhoria e de desenvolvimento, o guia oferece a base para um programa de trabalho atualizado neste domínio para os próximos anos», disse Alexis Goosdeel, citado no comunicado.

Em Lisboa, está a decorrer até amanhã a segunda Conferência Europeia sobre Comportamentos Aditivos e Dependências, coorganizada pelo EMCDDA, pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), e pela International Society of Addiction Journal Editors (ISAJE). João Goulão, diretor do SICAD, disse à Lusa que a conferência “Lisbon Addictions 2017” junta 1.200 participantes de 71 países.

LUSA/SO/SF

 

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