18 Out, 2017

Novo teste diagnostica zika e serotipos de dengue em 20 minutos

Desenvolvido pelos Institute for Medical Engineering and Science (IMES) e Departement of Mechanical Engineering do Massacchusetts Institute of Technology (MIT), a análise ao sangue é feita com uma tira de papel e pode detetar em 20 minutos se o paciente está infetado.

Fácil de usar, este novo teste pode fazer a diferença em países onde o teste padrão, a reação em cadeia de polimerase (PCR), que deteta a presença de RNA viral no sangue, nem sempre está disponível nas áreas afetadas por surtos da doença. Além disso, outra das vantagens é a eliminação da possibilidade de falsos-positivos.

“É muito importante ter um teste capaz de diferenciar zika e os quatro serotipos de dengue porque essas doenças são transmitidas pelo mesmo mosquito, e circulam nas mesmas áreas”, explica Kimberly Hamad-Schifferli, docente da University of Massachusetts, em Boston, investigadora do MIT, e uma das autoras principais do estudo.

De acordo com a investigadora, o custo de produção do teste é de 5 doláres (aproximadamente 4,25 euros), no máximo, por cada tira de papel. A equipa de investigadores já foi contactada por empresas interessadas em produzi-lo.

O grande problema dos testes para a deteção do zika, segundo a investigadora, prende-se com a ocorrência de falsos-positivos. Estes ocorrem devido à interação de anticorpos com uma proteína viral, denominada NS1, presente no sangue dos pacientes infetados, e que está presente em diferentes flavivírus em diversas versões. De modo a contornar o problema, os autores do estudo procuraram anticorpos que respondessem apenas à NS1 produzida pelo vírus zika e proteínas NS1 específicas de cada sorotipo de dengue.

Na investigação, foram utilizados ratos que foram infetados com os vírus zika e da dengue. Os seus anticorpos foram analisados aos pares, permitindo a identificação de pares que reagissem apenas a uma versão da NS1.

O teste é efetuado de forma simples: uma gota de sangue do paciente é misturada com uma solução de nanopartículas e, de seguida, a tira de papel tratada com anticorpos é mergulhada na mistura. Na presença da NS1, a tira vai apresentar uma faixa colorida.

Foram criados cinco testes diferentes. Um para o vírus zika e quatro para os diferentes serotipos de dengue. “É preciso repetir o procedimento nas cinco tiras diferentes, mas estamos a trabalhar numa versão que utiliza a mesma tira de papel para os cinco testes”, explica Kimberly Hamad-Schifferli.

A investigação contou também com a colaboração de especialistas da Colômbia, México, Venezuela, Espanha, Índia e Brasil, que forneceram amostras de sangue de pacientes.

SO/SF

 

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