Novo gabinete apoia doentes no acesso à inovação terapêutica e tecnológica

A Ordem dos Médicos (OM) vai criar gabinete para apoiar os doentes no acesso à inovação terapêutica e tecnológica, anunciou Miguel Guimarães, que considera que continuam a existir "muitas falhas" nesta área.

O anúncio foi feito durante a sessão de abertura do 14.º Congresso Nacional de Oncologia, promovido pela Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), que decorreu entre 26 e 29 de outubro, em Aveiro.

Em declarações à agência Lusa, o bastonário da OM afirmou que continua a haver doentes em Portugal que não têm acesso, em tempo útil, aos medicamentos que precisam, dando como exemplo a medicação para tratar a hepatite C. “Não há semana em que não receba uma queixa, um apelo de um médico, de um doente, ou de uma associação de doentes, porque o doente A, B ou C está a ter dificuldade em ter acesso a um tratamento que tem indicação e que é importante para o doente”, disse Miguel Guimarães.

Para “agilizar este processo internamente e centralizar esta questão”, o bastonário anunciou a criação de um gabinete na própria estrutura da OM, que vai funcionar como “provedor direto dos doentes”. Segundo Miguel Guimarães, o gabinete, que vai ser criado formalmente no plenário do conselho nacional da Ordem dos Médicos, deverá ser implementado até ao final deste ano.

O bastonário referiu ainda que já apelou ao ministro da Saúde para que seja criado um “Simplex” para facilitar o acesso dos doentes à inovação terapêutica e tecnológica, considerando que existem “várias falhas” que têm a ver com “burocracia e barreiras que não fazem sentido”.

“Temos em Portugal um exagero muito grande naquilo que são as estruturas primárias, intermédias e superiores no acesso às terapêuticas”, disse Miguel Guimarães, adiantando que esta situação tem levado, em muitos casos, a tratar os doentes “mais tarde do que aquilo que deviam ser tratados”.

“Em alguns doentes, isso pode significar perder a oportunidade daquela janela terapêutica e resultar em prejuízo sério para os doentes”, afirmou o bastonário.

Na mesma ocasião, a presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), Gabriela Sousa, congratulou-se com o anúncio da criação deste gabinete, como garante de que “o tratamento seja dado ao doente, no tempo e na altura em que precisa dele”.

“Com o programa de ajustamento financeiro a que Portugal foi sujeito, temos assistido a uma dificuldade crescente no acesso dos doentes à inovação terapêutica”, disse Gabriela Sousa.

O 14.º Congresso Nacional de Oncologia, que tem como tema “A Oncologia na Era da Medicina de Precisão”, reuniu os diversos grupos de estudos, entidades e profissionais dedicados às diferentes patologias e matérias oncológicas.

LUSA/SO/SF

 

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