25 Set, 2017

Médicos vão paralisar SNS com ciclo de greves em outubro e novembro

O Sindicato Independente dos Médicos e a Federação Nacional dos Médicos anunciaram, em conjunto, um ciclo de greves que começa em outubro por regiões (dias 11, 18 e 25) e termina com uma paralisação nacional a 8 de novembro.

 Depois de mais de um ano e meio de negociações com o Ministério da Saúde e com o Governo, onde os sindicatos médicos reivindicam a qualidade do Serviço Nacional de Saúde através da valorização da Carreira Médica, estes profissionais vão parar novamente.

Em maio, os médicos foram “obrigados a realizar uma greve nacional”, dizem em comunicado os sindicatos, depois de uma rutura negocial em torno de matérias como a redução do limite anual de trabalho suplementar obrigatório, a redução do período normal de trabalho nas urgências e a redução das listas de utentes dos médicos de família.

Depois da última reunião, na passada sexta-feira, a delegação governamental apenas aceitou reduzir o limite anual do trabalho suplementar obrigatório para os valores que todos os outros setores praticam, à exceção dos médicos. Os sindicatos afirmam que a delegação governamental se comprometeu a enviar um novo documento negocial até quarta-feira.

Perante esta situação, as duas organizações sindicais médicas decidiram anunciar, logo após a reunião, a realização de greves regionais em semanas sucessivas (dia 11 na zona norte, dia 18 na zona centro e dia 25 na zona sul e regiões autónomas), a culminar num dia de greve nacional (dia 8 de novembro) com concentração junto às instalações dos Ministério da Saúde.

“Se em maio fizemos greve por estas razões, a ausência da sua resolução após cerca de 5 meses de reuniões com o Governo obriga-nos, naturalmente, a ter de recorrer a esta forma de luta extrema”, afirmam os sindicatos em comunicado.

“Mais uma vez o poder político está a empurrar os médicos para uma greve, pretendendo aproveitá-la politicamente para se vitimizar aos olhos dos cidadãos”, acrescentam, acusando o Ministro da Saúde de introduzir “novos e graves fatores de agudização conflitual bem demonstrativos de que tem uma agenda claramente virada para a desarticulação do SNS”.

Os sindicatos referem-se a declarações proferidas por Campos Fernandes quanto à exigência de pagamentos aos médicos quando estes decidirem sair do serviço público e ao encaminhamento de doentes para serviços privados os casos em que não existam consultas dentro de determinados prazos nos serviços públicos. As estruturas sindicais acreditam que “ao mesmo tempo que asfixia financeira e politicamente os serviços públicos de saúde, retirando-lhes capacidade de resposta adequada, vem agora mostrar que um dos seus grandes objetivos é forjar argumentos justificativos para aumentar o volume de negócios dos privados, sempre à custa dos dinheiros públicos”.

SO/SF

 

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