10 Nov, 2017

Médicos comparam Portugal a países com piores cuidados de saúde em algumas áreas

Os médicos consideram que Portugal começa a comparar-se com os países que oferecem piores cuidados de saúde nalgumas áreas, referindo as dificuldades de uma “percentagem significativa” da população na compra de medicamentos.

“Já nos começamos a comparar com os países que oferecem piores cuidados de saúde. Uma percentagem significativa da população tem dificuldade no acesso a consultar um médico ou a comprar medicamentos, que estão baratos. Portugal é o país da Europa que tem os medicamentos mais baratos”, afirmou o bastonário da Ordem dos Médicos.

Miguel Guimarães comentava à agência Lusa dados de um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), hoje divulgado, e que mostra que, no ano passado, um em cada 10 portugueses não comprou medicamentos prescritos pelo médico por motivos financeiros. “Estamos a ficar numa situação muito grave em termos de desigualdades sociais e é o maior problema na área da saúde. As desigualdades sociais em saúde têm de ser olhadas com muita atenção”, afirmou o representante dos médicos.

Para o bastonário, o grande problema do desinvestimento público na saúde é o consequente aumento das desigualdades sociais, quer no acesso a medicamentos, a médicos ou a exames.

No relatório hoje conhecido – que traça um panorama da saúde global -, Portugal surge acima da média dos países da OCDE no que respeita à dificuldade em comprar medicamentos prescritos pelo médico.

No que respeita a consultas médicas, 8,3% dos portugueses falharam uma ida ao médico por motivos financeiros em 2016, sendo que, neste item, Portugal está abaixo da média europeia, que é de 10,5%.

O relatório Health at a Glance 2017 da OCDE traça uma visão geral da saúde dos 35 países da organização, mas reporta-se a alguns dados de 2016 e a vários de 2015.

Reportando-se a dados de 2015, o documento mostra que, em Portugal, cada habitante teve em média 4,1 consultas médicas anuais, abaixo da média da OCDE, que é de 6,9 consultas por habitante num ano.

LUSA/SO/SF

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