20 Out, 2017

Mais de um quarto das pessoas entre os 60 e os 79 anos sofre com diabetes

A ‘tempestade’ da diabetes do tipo 2 nos doentes idosos é, por isso, um dos temas em debate na 12.ª Reunião Nacional do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM), da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, que se vai realizar nos dias 20 e 21, nas Caldas da Rainha.

Os dados mais recentes do Observatório da Diabetes, referentes a 2015, confirmam o impacto que esta patologia tem nos idosos: ao todo, mais de um quarto das pessoas entre os 60 e 79 anos vivia com esta patologia, um cenário grave, mas que tem tendência a agravar-se ainda mais.

“A esperança de vida é cada vez maior, vivemos até mais tarde e este aumento da expectativa de vida induz novas doenças. Basta apenas pensar que um coração que bata 30 anos é diferente de um que bata 100”, refere Álvaro Coelho, presidente do NEDM. Mais ainda, acrescenta o especialista, uma vez que são várias as patologias, entre as quais se encontra a diabetes, que “têm relação com a idade. E o seu surgimento, o seu aumento e a sua prevenção requerem outro tipo de atitudes. Estamos a falar de uma situação preocupante e que custa caro aos serviços de saúde e aos doentes”.

No resto da população nacional, a prevalência da diabetes tem também vindo a crescer: em 2015, na população portuguesa com idades entre os 20 e os 79 anos (7,7 milhões de indivíduos), era de 13,3%, o que significa que mais do que um milhão de portugueses nesta faixa etária tinha diabetes.

A inovação é outro dos temas em destaque no encontro do NEDM. Dos sensores, aos smartphones, passando pelas aplicações, a inovação está cada vez mais ao serviço dos doentes com diabetes, mudando a vida, para melhor, a quem sofre com esta patologia. “Há imensa inovação e muita expectativa à sua volta. É, sem dúvida, uma mais-valia extraordinária e melhora a qualidade de vida destes doentes. E acredito que ainda estamos apenas numa fase transitória e que muitas novidades estão para vir”, afirma Álvaro Coelho.

“A diabetes é uma patologia que, sendo conhecida há mais de três mil anos, continua a surpreender com conceitos, descobertas e inovação”, refere o especialista. Aqui, o contributo é dado por diferentes áreas, da engenharia à biologia. “Nos últimos anos o conhecimento científico tem evoluído muito, assim como as tecnologias e têm-se conseguido retirar dividendos desta evolução, com o aumento dos recursos ao nosso dispor, para esta e para outras patologias.”

Por ser uma doença sistémica, que abrange mais do que um órgão, a abordagem feita à diabetes deve ser multidisciplinar. “É, por isso, uma doença que quase se confunde com o conceito de Medicina Interna”, refere Álvaro Coelho, que considera que, tendo em conta que mais de 50% da população que é vista pelos internistas tem diabetes, cada um destes médicos “tem também que ser um diabetologista”.

Comunicado/SO

Print Friendly, PDF & Email
ler mais
Print Friendly, PDF & Email
ler mais