29 Mar, 2017

Mais de 100 casos de hepatite A registados em Portugal continental

Em Portugal foram registados 105 casos de hepatite A desde janeiro, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS). Um surto que segundo a DGS, está a afetar mais de 12 países da Europa e em Portugal a maioria foram sinalizados na Grande Lisboa

De acordo com Isabel Aldir, diretora do programa nacional para as hepatites virais da Direção-geral da Saúde (DGS), o surto poderá ter surgido na Holanda.

“No ano passado na Europa começou-se a assistir a esta atividade anormal da doença. Parece ter tido origem na Holanda e espalhou-se depois para outros países. O Reino Unido foi o primeiro a reportar um aumento do número de casos e, atualmente, são cerca de 13 países que reportam este aumento, incluindo Portugal. Para lhe dar uma noção da grandeza, no ano passado tínhamos nesta altura seis casos reportados e agora temos uma centena”, explicou Isabel Aldir à agência Lusa.

Segundo a diretora, a transmissão desta doença acontece, principalmente, por via sexual, através de determinadas práticas, sobretudo entre homens, que fazem com que haja um aumento do risco de transmissão da doença.

“Isto pode acontecer com qualquer indivíduo, com qualquer orientação sexual, mas o que tem sido até à data mais descrito, de facto, é um predomínio de casos em homens – não exclusivamente -, mas são muito mais frequentes os casos no sexo masculino comparativamente aos do sexo feminino. E dentro dos homens, parecem ser mais atingidos os homens que praticam sexo com outros homens”, sublinha.

A principal forma de contágio é através da via fecal-oral.

Isabel Aldir defende que a informação e o conhecimento sobre que atitudes a adotar para reduzir o risco de contágio é das formas mais eficientes para se combater a proliferação da doença, e deixa alguns exemplos de posturas a adotar.

Ao contrário da hepatite B e da hepatite C, “que podem evoluir para a cronicidade a hepatite A é uma doença autolimitada, curável e benigna”, explica Isabel Aldir.

“Não tem nenhum tratamento específico, a não ser o repouso, a não ingestão de bebidas alcoólicas ou evitar a toma de medicamentos que possam ser mais agressivos para o fígado. Tem o seu ciclo normal da doença e há depois uma recuperação para o estado de saúde prévio do indivíduo”, conclui.

LUSA/SO

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