10 Out, 2017

Jornalista portuguesa dá formação a colegas guineenses sobre técnicas de produção de notícias de saúde

Dez jornalistas da Guiné-Bissau iniciaram ontem uma ação de capacitação sobre as melhores técnicas de produção de notícias de saúde, sob a coordenação da jornalista portuguesa Patrícia Cardoso.

Nicolau Dautarim, vice-presidente do Fórum de Jornalistas Promotores da Saúde (FJPS) da Guiné-Bissau, explicou que a iniciativa se enquadra no plano de trabalho do fórum que é apoiado pelo Gabinete do Utente, instituição financiada pela União Europeia e AIDA, uma organização não-governamental espanhola que atua no setor da saúde pública.

Patrícia Cardoso, que vai ministrar a formação até terça-feira, indicou ter sido solicitada pelo Gabinete do Utente para “capacitar os jornalistas com as ferramentas e técnicas” de abordagens de temas ligados à saúde. A jornalista portuguesa disse que a sua missão passa por explicar aos colegas guineenses quais as técnicas para “ir mais ao fundo” na elaboração de factos ligados à saúde pública, nomeadamente como lidar com as fontes, selecionar os temas e a documentação sobre os assuntos, a partir de experiências em Portugal.

No primeiro dia da formação, Patrícia Cardoso afirmou que ficou com a impressão de que os jornalistas guineenses “estão focados e preocupados com os problemas que realmente afetam” a população, o que disse, ser “muito bom”.

Falando em nome do FJPS, Nicolau Dautarim, assinalou que a ação de formação vai permitir “aumentar a sensibilização” junto da população perante “a incúria e negligência médica” que, disse, existem na Guiné-Bissau.

“É só neste país que desaparecem grandes quantidades de medicamentos do hospital público sem que se saiba como, é só neste país que quase sempre falta medicamentos para os primeiros socorros sem que alguém seja responsabilizado”, afirmou Dautarim, para indicar qual o papel do fórum.

O FJPS assinalou ainda que se vão intensificar as denúncias de casos em que nos hospitais ou centros de saúde os pacientes são atendidos apenas por técnicos estagiários. Nicolau Dautarim defende que a situação da saúde pública guineense “vai de mal à pior” todos os anos, o que disse, reflete-se nos dados sobre a mortalidade materno-infantil do país.

LUSA/SO/SF

Gedeon Richter

 

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