Jornadas Nacionais para comemorar os 50 anos da Associação para o Planeamento da Família
Com o tema “Escolhas, Direito, Saúde”, as XV Jornadas Nacionais decorrem sexta-feira e sábado, em Lisboa, e pretendem constituir uma oportunidade para um balanço crítico dos progressos alcançados em Portugal nos últimos 50 anos nos campos da saúde e dos direitos sexuais e reprodutivos
A Associação para o Planeamento da Família (APF) comemora meio século com a realização de Jornadas Nacionais, em que serão debatidos os progressos alcançados em Portugal na área da saúde e dos direitos sexuais e reprodutivos.
As jornadas “deverão, também, constituir um exercício prospetivo de identificação de novos problemas e necessidades não resolvidas e das barreiras ainda existentes, em Portugal e à escala global, em diversos grupos etários e sociais para a vivência plena da sexualidade e da parentalidade”, adianta a associação.
O diretor executivo da APF, Duarte Vilar, destacou o papel da organização, pioneira em Portugal do planeamento familiar, para a emancipação da mulher. “Contribuímos para as pessoas fazerem escolhas livres e informadas nas suas vidas e temos muito a ideia que contribuímos de facto para a emancipação das mulheres portuguesas” e também dos homens, disse Duarte Vilar.
Ao longo destes 50 anos, a associação promoveu “o debate público”, contribuiu para “mudar políticas ou criar novas políticas de saúde e igualdade”.
Promoveu “a educação para a saúde de várias gerações”, em temas como o planeamento familiar, o acesso à contraceção e ao aborto legal e seguro, a educação sexual nas escolas e nas famílias, a prevenção do VIH/SIDA, a igualdade de género, a não-discriminação e mais recentemente o combate à mutilação genital feminina e o apoio às vítimas de tráfico de seres humanos.
Duarte Vilar salientou que também são 50 anos de cidadania ativa na sociedade portuguesa, através do envolvimento de mais de mil voluntários e profissionais de formações diversas. Mas ao fim de 50 anos a associação continua a precisar de apoio para a sua missão.
“Temos algum apoio do Ministério da Saúde mas não temos nenhum apoio” do Governo na área da saúde sexual e reprodutiva, disse o responsável. Segundo o diretor executivo da APF, o valor do apoio financeiro foi reduzido “em 70% ou mais” nos últimos sete anos.
“Muitas vezes estamos em situações financeiras difíceis porque nos últimos anos o apoio a este tipo de organizações tem-se reduzido de forma drástica”, disse Duarte Vilar.
LUSA/SO/SF