2 Ago, 2017

Investigadores de Coimbra procuram melhorar diagnóstico da apneia do sono

Uma equipa de investigadores de Coimbra está a desenvolver um […]

Uma equipa de investigadores de Coimbra está a desenvolver um projeto de investigação para encontrar um biomarcador para melhorar o diagnóstico da apneia do sono, doença muito subdiagnosticada.

O projeto está a ser desenvolvido em parceria entre o Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra e o Centro de Medicina do Sono do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), numa investigação que procura encontrar um biomarcador para a apneia do sono, ao mesmo tempo que é estudada a relação entre esta doença e o envelhecimento, disse à agência Lusa a investigadora do CNC e líder do projeto, Cláudia Cavadas.

A investigação arrancou em 2016 e já foram analisadas amostras de sangue de 30 utentes do Centro de Medicina do Sono do CHUC.

A equipa da CNC juntou-se à equipa clínica do CHUC “na procura de tentar encontrar, mais para a frente, um biomarcador” que permita identificar a apneia do sono, explanou Cláudia Cavadas, sublinhando que a doença “é muito subdiagnosticada”.

Neste momento, os investigadores estão a avaliar moléculas presentes nas amostras de sangue de utentes, por forma a conseguir encontrar características específicas desta doença.

“Não será fácil”, admitiu Cláudia Cavadas, sublinhando, no entanto, que o objetivo final será permitir dizer que determinada pessoa “tem uma grande probabilidade de ter apneia do sono”.

No âmbito do projeto, estuda-se também a possibilidade de a apneia do sono promover o envelhecimento das células.

O coordenador do Centro de Medicina do Sono, Joaquim Moita, frisou que o último grande estudo de prevalência da apneia do sono indica que um terço da população europeia e americana “tem ou virá a ter a síndrome”.

“Um dos aspetos importantes do trabalho feito pelo CNC é especular” se, sabendo-se que a idade favorece o surgimento da doença, o inverso também acontece, explanou.

Neste momento, o diagnóstico da doença é feito com recurso a um estudo cardiorrespiratório domiciliário (utilizado em mais de 95% dos casos) ou através da polissonografia, um estudo mais completo realizado em contexto hospitalar.

No entanto, encontram-se “muitos doentes de fronteira, em que nem o diagnóstico clínico nem a polissonografia dão uma resposta clara”, notou, considerando que o biomarcador será “importante” para confirmar o diagnóstico.

A criação de um biomarcador que, através de uma análise do sangue, identificasse uma grande probabilidade de haver apneia do sono, seria “uma grande revolução neste ramo”, salientou, explicando que a criação de um marcador que ajudasse os médicos a diferenciar “casos verdadeiros e casos falsos e variantes da doença” já seria um passo muito positivo.

LUSA/SO/MM

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