28 Mar, 2017

Investigadores da Universidade do Porto querem resolver a calvície

O Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), da Universidade do Porto, anunciou ontem a criação de uma parceria com uma clínica privada para desenvolver uma investigação destinada a encontrar solução para a calvície

“Numa relação clara entre o setor clínico privado, a investigação em biologia e a investigação aplicada em bioengenharia, pretende-se desenvolver investigação em células estaminais de folículos capilares com vista à resolução da calvície”, afirma o I3S.

O instituto esclarece, em comunicado, que o projeto tem por base uma abordagem científico-tecnológica que seguirá duas vias complementares essenciais: “a exploração do potencial das células estaminais dos folículos capilares e o desenvolvimento de ambientes artificiais tridimensionais capazes de mimetizar o nicho estaminal do folículo, proporcionando assim o ambiente ideal para a multiplicação dessas células”.

“São muitos os laboratórios que procuram resolver a limitação do número de folículos saudáveis, mas no i3S podemos contribuir para resolver este problema, usando uma abordagem multidisciplinar, dado cruzarem-se várias áreas do conhecimento no nosso instituto, desde a biologia molecular e celular fundamental, até à bioengenharia aplicada”, sublinha o investigador do i3S Pedro Granja.

De facto, acrescenta Elsa Logarinho, também investigadora do i3S, “irão criar-se sinergias entre biologia básica das células estaminais do folículo capilar e a bioengenharia de produção de ambientes tridimensionais que permitam a melhor manutenção dessas estruturas até ao momento do implante no paciente”.

A alopecia, ou perda de cabelo acentuada, constitui um problema que ultrapassa a barreira das questões estéticas, causando muitos estigmas sociais e autodesvalorização pessoal.

A forma corrente de mitigar este fenómeno baseia-se na via farmacológica. Contudo, em fases adiantadas, “o transplante capilar revela-se a única alternativa para a recuperação do bem-estar psicossocial dos indivíduos vítimas dessa condição”, salientam os investigadores.

“Os avanços tecnológicos são notórios, nomeadamente na robotização do transplante, embora o número de folículos de boa qualidade disponíveis seja um dos fatores limitativos. Os recentes avanços na medicina regenerativa podem ser a chave para resolver a disponibilidade de folículos capilares em número e qualidade suficiente para responder às necessidades. É precisamente isso que se pretende com este projeto de parceria”, acrescentam.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 50% da população masculina sofrerá de calvície até aos 50 anos. Existem também estudos que associam a queda de cabelo acentuada a complicações psicológicas, nomeadamente ansiedade e depressão.

LUSA/SO

 

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