Investigadoras portuguesas em Cabo Verde dão formação a estudantes sobre cancro e doenças genéticas
A intenção foi manifestada hoje por Mónica Bettencourt-Dias e Susana Godinho, duas investigadoras portuguesas que ministraram um seminário, na Universidade Pública de Cabo Verde, sobre o cancro e doenças genéticas, organizado pelo Programa de pós-Graduação Ciência para o Desenvolvimento
Duas investigadoras portuguesas estão em Cabo Verde para dar formação sobre o cancro e as doenças genéticas a estudantes universitários, duas áreas que pretendem ajudar o arquipélago a melhorar o estudo e o tratamento.
“Vários dos processos que estudamos são importantes para a realidade de Cabo Verde e esperamos que através de programas de doutoramento como o PGCD se treinam pessoas para fazer investigação, o que é fundamental para a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, disse Mónica Dias, doutorada em regeneração do músculo cardíaco.
A professora, que apresentou um estudo para perceber como o corpo funciona normalmente e como não funciona em caso de doença, espera inspirar os estudantes cabo-verdianos, para que depois possam estudar áreas que possam ser importantes para a realidade do país.
Mónica Dias destacou a importância da formação, mas salientou que durante os seminários podem ser abordados novos tratamentos que as pessoas poderão não ter ouvido, pelo que podem ficar alertas.
“A formação é muito importante porque pessoas formadas sabem que tipo de tratamento é que se pode fazer, percebem que perguntas que existem em Cabo Verde são diferentes do resto do mundo, mas têm que ser abordadas para a realidade do país”, salientou.
Susana Godinho, doutorada pelo Instituto Gulbenkian de Ciência na multiplicação das células, afirmou que Cabo Verde precisa de mais infraestruturas para permitir aos estudantes desenvolver o seu trabalho.
Susana Godinho, que foca o seu trabalho no desenvolvimento de novas terapias para o cancro, pretende utilizar a ciência como ferramenta de desenvolvimento dos países, tendo ensinado em quatro cursos do PGCD em Cabo Verde desde 2014.
Segundo os últimos dados, o cancro é segunda causa de morte em Cabo Verde, contando com mais de 700 mortes por ano.
LUSA/SO