13 Mar, 2017

Infeções fúngicas atacam cerca de 1,7 milhões de pessoas em Portugal

O estudo, publicado no âmbito de um projeto internacional com o objetivo de estimar a incidência das infeções fúngicas a nível mundial, revelou que a infeção fúngica mais frequente é a cutânea, seguindo-se a candidíase vaginal

Cerca de 1,7 milhões de pessoas desenvolvem uma infeção fúngica em Portugal, de acordo com um estudo do Departamento de Doenças Infeciosas do Instituto Ricardo Jorge.

Segundo o estudo, publicado no âmbito de um projeto internacional com o objetivo de estimar a incidência das infeções fúngicas a nível mundial, 1,5 milhões do total de pessoas afetadas em Portugal desenvolvem uma infeção fúngica cutânea.

A segunda infeção fúngica mais frequente no país é a candidíase vaginal, afetando mais de 150 mil mulheres, entre os 15 e os 50 anos, por ano.

“Como não são doenças de declaração obrigatória, foram utilizados dados publicados e outros estimados. Muitos destes dados foram baseados em diferentes populações de risco de forma a conseguir estimar a incidência ou prevalência das infeções fúngicas em Portugal”, explicou Raquel Sabino, uma das autoras do estudo e representante portuguesa da rede Fundo Global de Ação para Infeções Fúngicas.

O Instituto Ricardo Jorge conclui também que, quando comparado com outros países europeus, Portugal apresenta “a mais elevada incidência anual de meningite criptococica, mas uma das mais baixas incidências de pneumonia por Pneumocystis”.
“Uma vez que a asma afeta cerca de 10 por cento da população adulta, estima-se que cerca de 17 mil pessoas sofram de asma severa por sensibilização fúngica e 13 mil sofram de aspergilose broncopulmonar alérgica”, refere ainda o trabalho do Instituto Ricardo Jorge.

Segundo a investigadora portuguesa, a metodologia usada neste estudo “tem vindo a ser aplicada em mais 65 países por todo o mundo, cobrindo cerca de 5,6 mil milhões de pessoas até agora”.

As estimativas globais revelam que mais de 300 milhões de pessoas são afetadas por infeções fúngicas, entre 1,8 a 3% da população de cada país. As estimativas adiantam ainda que anualmente ocorrem mais de 1,5 milhões de mortes causadas por infeção fúngica grave.

Raquel Sabino considerou ainda que estes estudo são “forma de alerta e sensibilização de extrema importância, uma vez que as infeções fúngicas são ainda muito negligenciadas e são responsáveis, anualmente, por mais mortes que, por exemplo, a tuberculose”.

LUSA/SO

 

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